Azul (AZUL4) está pronta para levantar capital após acordos de dívida, diz CEO
A Azul (AZUL4) está pronta para levantar capital adicional, disse o presidente-executivo da companhia aérea em entrevista, depois de a empresa fechar acordos com detentores de títulos para adiar dívidas que venceriam no curto prazo sob um amplo plano de reestruturação.
John Rodgerson disse à Reuters que o dinheiro adicional ajudará a empresa a “crescer novamente”, à medida que planeja abrir novas rotas este ano.
A Azul divulgou mais cedo nesta terça-feira ofertas de troca de títulos de dívidas sênior destinadas a empurrar papéis com vencimento em 2024 e 2026 para 2029 e 2030, respectivamente, após fechar um acordo com empresas de leasing de aeronaves em troca de ações e dívidas negociáveis em troca de pagamentos mais baixos.
“Agora, com todas as nossas dívidas renegociadas e adiantadas, estamos prontos para levantar novos capitais”, disse Rodgerson. “Ninguém quer lhe dar dinheiro para pagar antigos credores. Eles querem lhe dar dinheiro para ajudá-lo a crescer novamente.”
A Azul está avaliando o mercado antes de fornecer detalhes de qualquer transação, mas o presidente-executivo disse que poderá acontecer “a qualquer momento” e confirmou que o programa de fidelidade Tudo Azul e seu fluxo de caixa podem ser dados como garantia.
Rodgerson havia levantado essa possibilidade em uma coletiva de imprensa no início deste ano, seguindo movimentos semelhantes das companhias norte-americanas Spirit e Hawaiian. Segundo ele, o programa é uma garantia “muito melhor” do que a própria companhia aérea.
Como a forte demanda deve gerar receita recorde este ano, a Azul planeja abrir de 10 a 15 novas rotas no Brasil até o final do ano, além das rotas internacionais recentemente adicionadas para Paris e Curaçao, disse.
“As pessoas gostam de falar sobre as rotas internacionais ‘atraentes’, mas vemos muito mais oportunidades no Brasil”, disse ele. “Você só tem um voo para Paris porque também atende o interior de Pernambuco.”
As ações da Azul ganharam 70% no acumulado do ano, mas ainda estão bem abaixo de suas máximas pré-pandemia. Rodgerson espera que a oferta de troca anunciada recentemente ajude a remover um excesso de ações.