Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4): Governo calcula prazo para a fusão entre as aéreas; ações saltam 19%
![gol azul](https://www.moneytimes.com.br/uploads/2025/01/gol-azul.jpg)
A Azul (AZUL4) está entre os destaques positivos do Ibovespa (IBOV) no pregão desta quinta (6), performando entre as maiores altas do índice. Já a Gol (GOLL4) se destaca na B3 — a aérea opera fora do IBOV — com salto que chegou a 19%.
Segundo operadores de mercado, as ações da Azul passam por uma correção após a queda de 8% registrada na véspera. No entanto, falas do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho levaram os holofotes de volta para a fusão entre as aéreas.
Mais cedo, o ministro afirmou que o governo federal estima um prazo de 12 meses para a conclusão do processo de fusão entre as compamhias. “Esse é o prazo que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] tem colocado. As companhias aéreas estão no processo de dar entrada na documentação”.
- VEJA TAMBÉM: ata do Copom aponta para mais uma alta da Selic na próxima reunião; entenda onde investir nesse cenário
“Estamos aguardando. Nós já nos reunimos com o presidente da Latam, nos reunimos com o presidente da Azul e com o presidente da Gol”, acrescentou.
Segundo ele, uma reunião da pasta com o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo para monitorar a situação está prevista para a próxima semana. Costa Filho afirma que aumento excessivo de passagens não serão aceitos em caso de concretização da combinação de negócios.
Na máxima do dia, GOLL4 chegou a avançar 19,29%,enquanto a R$ 1,67 e AZUL4 subiu 5,79%, a R$ 4,02.
Fusão entre Azul e Gol
A Azul e Gol fixaram um lugar nos holofotes do mercado após a assinatura do já aguardando Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU) para uma possível combinação de negócios, no final de janeiro.
Ainda há um caminho a percorrer para que a fusão seja concretizada, como a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) da Gol, previsto para abril deste ano.
O fechamento da operação depende da concordância entre a Abra Group — holding controladora da Gol — e Azul sobre os termos econômicos, da conclusão satisfatória da due diligence, da assinatura de acordos definitivos e da obtenção das aprovações corporativas e regulatórias, incluindo a aprovação da autoridade antitruste brasileira.
Caso a fusão seja concluída, Azul e Gol manterão seus certificados operacionais independentes, no entanto, atuando sob uma única empresa resultante listada. Ou seja, na prática, será uma empresa — presente na Bolsa — com duas companhias aéreas, mantendo as bandeiras já conhecidas.
- Azul (AZUL4): ‘A melhor coisa para o acionista é uma fusão’, afirma CEO; veja as expectativas para a fusão com a Gol (GOLL4)
- Gol (GOLL4): O que diz o CEO aos colaboradores sobre andamento de fusão com a Azul (AZUL4)?
E a Latam nessa história?
Na última sexta (31), o CEO da Latam, Jerome Cadier, afirmou que ainda é muito cedo para avaliar quais seriam os impactos de uma possível fusão entre suas concorrentes.
No entanto, no que se refere a dominância que essa fusão traria para o setor aéreo, Cadier se mostra confiante no trabalho do Cade.
Em entrevista coletiva após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024, o executivo ponderou que ainda não está claro qual será a proposta da combinação de negócios. “Esse MoU que foi divulgado há duas semanas, ele é muito genérico e é não vinculante. Então, muita coisa pode acontecer”.
Cadier, que está a frente da Latam desde 2017, pontuou que já foram vistas pelo mundo tentativas de fusão de menor magnitude e foram negadas.
“Temos certeza que o Cade vai fazer uma análise em profundidade dessa proposta e vai propor medidas de mitigação. E é fundamental entender que essas medidas têm que buscar preservar a competitividade do mercado brasileiro”, disse na coletiva.
*Com informações do Seu Dinheiro