Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4): 2 pontos animam analistas, que elevam recomendações
O combo da renegociações de dívidas e otimismo com o preço dos combustíveis impulsiona as ações de Azul e Gol, afirmaram os analistas. Por volta das 15h30 desta segunda-feira (22), AZUL4 disparava 7,96%, a R$ R$ 15,20, enquanto GOLL4 subia 3,60%, a R$ 8,05.
O Itaú BBA elevou a recomendação de AZUL4 para “outperform” — performance acima da média do mercado — e preço-alvo para R$ 28. Para GOLL4, a indicação foi para marketperform — desempenho em linha com o mercado —, com alvo em R$ 9.
Já o Bank of America (BofA) elevou a recomendação da Azul de “underperform” para “neutro“. O preço-alvo também foi atualizado, de R$ 11,80 para R$ 18.
Os analistas explicaram que os riscos dos balanços estão consideravelmente mitigados, após acordo com locadores e obrigacionistas.
Os acordos das companhias aéreas aumentarão o duration das dívidas; reduzir o serviço do débito em 2023 e 2024; e abrir caminho para mudar foco da gestão de passivos para as operações, disseram Gabriel Rezende e a equipe do Itaú BBA.
“Isso diminuiu a percepção de risco dos investidores associados a essas ações, que aos poucos começaram a ganhar a atenção do mercado”, reforçaram.
Rogerio Araujo e Gabriel Frazao, do BofA, destacaram que a curva de preço de combustível de aviação está “mais baixa”. O movimento segue o corte nos valores da gasolina, diesel e gás de cozinha feito na semana passada.
Alívio nas dívidas
Azul
O Itaú BBA afirmou que as negociações da Azul resultaram em uma redução em sua saída de caixa programada para R$ 5,4 bilhões nos próximos anos, de um total de R$ 26 bilhões.
“A orientação anterior de consumo de caixa de R$ 3 bilhões em 2023 está agora mais próxima do ponto de equilíbrio, com geração de caixa positiva já em 2024”, destacaram os analistas.
Além disso, cerca de R$ 2,3 bilhões do montante devido aos arrendadores serão convertidos em uma nota com vencimento em 2030 — com taxa de juros de 7,5%. Os R$ 3,2 bilhões restantes serão convertidos em patrimônio líquido entre o terceiro trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2027, o que implica em “diluição de 17,5% para os acionistas”, disseram Rezende e a equipe.
Araujo e Frazao, do BofA, ainda esperam que o plano de reestruturação da Azul adicione um valor presente líquido (VPL) de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões para a companhia.
Gol
A Gol concordou que a Abra, atual acionista controladora da companhia, reformularia o perfil da sua dívida, destacaram os analistas.
A companhia substituirá parte das notas de 2024, 2025 e 2026 por uma nova conversível com vencimento em 2028 no valor de US$ 1,1 bilhão, a uma taxa de juros de 18%.
“Estimamos uma potencial diluição de capital de aproximadamente 20%”, disseram os analistas do BBA.