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Azul (AZUL4) diz que negociação com a TAP é ‘amigável’ para dívida bilionária

02 out 2024, 18:44 - atualizado em 02 out 2024, 20:45

A Azul (AZUL4) disse que segue em negociação amigável com a companhia portuguesa TAP para uma dívida de R$ 1,2 bilhão, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (2).

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A dívida diz respeito a um empréstimo de EUR 90 milhões para a TAP, com vencimento em março de 2026. A operação está reconhecida como aplicações financeiras de longo prazo nas demonstrações financeiras da Azul.

“Uma vez que a TAP Portugal não cumpriu integralmente com todas as cláusulas previstas no referido empréstimo, e tendo em vista as notícias recentes sobre uma eventual privatização da TAP, a Azul contratou um escritório de advocacia em Portugal para auxiliá-la nas conversas com a TAP, que incluem a possibilidade de antecipar o vencimento da dívida”, explica.

No balanço da TAP Portugal essa operação foi reconhecida como dívida, a qual foi confirmada em assembleia da TAP e pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), órgão regulador português.

Em uma entrevista recente, John Rodgerson, o CEO da Azul, falou sobre a cobrança. Segundo ele, a dívida não poderá ser convertida em aquisição acionária.

“Nós investimos na TAP em 2016, para ajudar a capitalizar a empresa. Então, é uma dívida antiga que já é reconhecida. A TAP está pensando em ser vendida de novo, então, com essa venda, eles têm que pagar isso de volta”

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Problemas na Azul

A Azul vive turbulências na bolsa. Desde o final de agosto, o mercado especula sobre uma possível recuperação judicial da companhia, que foi negada.

Fato é que a aérea renegocia com credores.

Segundo a Exame, a expectativa é de que a operação para levantar recursos ocorra até o fim de outubro, enquanto parte do mercado vê uma oferta privada ocorrendo apenas entre abril e maio de 2025.

Ainda de acordo com a publicação, a empresa fechou acordo com 90% dos arrendadores e deve chegar a 100% nos próximos dias. Esta etapa é importante para destravar o aumento de capital privado da empresa.

A Azul visa converter em ações os cerca de US$ 600 milhões de dívida com os arrendadores, que passariam a deter entre 20% e 22% do capital social da empresa, por um valor estimado de R$ 30 por ação, sendo que o atual preço de tela está na casa dos R$ 5.

Na avaliação da XP Investimentos, se confirmado, o movimento é positivo para a Azul, representando uma importante fonte de alta para as ações no curto prazo.

“Limitar a diluição dos acionistas em 20-22% (implicando em uma emissão de ações a R$25,25-28,40/ação), contra os atuais níveis de diluição implícita de ~58% (a R$5,10/ação), leva a um corte de ~R$1,8 bilhão na dívida (~95% do valor de mercado atual)”.

No ano, Azul tomba 57%.