Azul (AZUL4) dispara 10% com proximidade de acordo com arrendadores e aumento do capital no radar
As ações da Azul (AZUL4) dispararam nesta quinta-feira (26), com as negociações com arrendadores de aviões próxima de ser concluída, segundo a Exame.
Na primeira hora de pregão, os papéis entraram e saíram de leilão por oscilação máxima permitida, chegando a saltar 14,51%. Os papéis seguiram a tendência de alta e terminaram o pregão com avanço de 10%, a R$ 5,61.
Segundo o portal, a expectativa é de que a operação para levantar recursos ocorra até o fim de outubro, enquanto parte do mercado vê uma oferta privada ocorrendo apenas entre abril e maio de 2025.
Ainda a publicação, a empresa fechou acordo com 90% dos arrendadores e deve chegar a 100% nos próximos dias. Esta etapa é importante para destravar o aumento de capital privado da empresa.
A Azul visa converter em ações os cerca de US$ 600 milhões de dívida com os arrendadores, que passariam a deter entre 20% e 22% do capital social da empresa, por um valor estimado de R$ 30 por ação, sendo que o atual preço de tela está na casa dos R$ 5.
Na avaliação da XP Investimentos, se confirmado, o movimento é positivo para a Azul, representando uma importante fonte de alta para as ações no curto prazo.
“Limitar a diluição dos acionistas em 20-22% (implicando em uma emissão de ações a R$25,25-28,40/ação), contra os atuais níveis de diluição implícita de ~58% (a R$5,10/ação), leva a um corte de ~R$1,8 bilhão na dívida (~95% do valor de mercado atual)”.
Recapitulando os últimos acontecimentos com a Azul…
Desde que a possibilidade de um pedido de Chapter 11 (recuperação judicial nos Estados Unidos) surgiu no mercado, e tratou de ser dissipado pela companhia, as dívidas e renegociações da Azul estão no radar dos investidores.
Há algumas semanas, a companhia confirmou estar em negociações com arrendadores de aeronaves para otimizar a estrutura de capital acordada no plano de otimização de capital firmado no ano passado.
Entre os termos, está sendo discutida uma substituição da dívida de US$ 580 milhões por participação societária na companhia aérea.
Analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos já haviam informado a expectativa de que a Azul chegue a um acordo com os arrendadores até o final de setembro, prazo final para converter a primeira parcela do passivo de arrendamento mercantil em capital próprio.
“O acordo com os arrendadores parece ser crucial para a Azul desbloquear negociações com os detentores de títulos e potencialmente levantar novo capital, dando à Azul Cargo como garantia”.
As ações da companhia, que acumulam perdas de 60% no ano, vem oscilando com constantes notícias acerca da situação financeira da empresa.
Ontem (25), as ações AZUL4 caíram na maior parte do pregão, após mais um rebaixamento de classificação de risco. Dessa vez a Fitch cortou o rating dos IDRs (Issuer Default Ratings), que se referem a inadimplência, de longo prazo em moeda estrangeira e local para de “B-” para “CCC”. O rating nacional de longo prazo foi de “BB(bra)” para “CCC(bra)”.
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A Fitch também rebaixou as notas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP para “CCC/RR4” de “B-/RR4” e as notas não garantidas da Azul Investments LLP para “CC/RR6” de “CCC+/RR5”.
Conforme a agência, os rebaixamentos refletem o risco de refinanciamento elevado da Azul e o perfil de fluxo de caixa mais fraco, impacto pela depreciação do real ante o dólar.
No início do mês, a S&P Global Ratings cortou a classificação de crédito de emissor em escala global da Azul de B- para CCC+, com perspectiva negativa.
A mudança leva em conta os resultados da companhia aérea no primeiro semestre mais fracos do que o esperado, ampliando o déficit de fluxo de caixa operacional livre para o ano e enfraquecendo a liquidez.
A agência destaca que a depreciação do real e a redução na capacidade e nos rendimentos prejudicaram os resultados do segundo trimestre da Azul.
Já na última semana, a Azul teve seu rating corporativo rebaixado de Caa1 para Caa2 pela Moody’s. A perspectiva para os emissores também foi alterada de positiva para negativa.
Segundo a agência classificadora de risco, o rebaixamento reflete os resultados mais fracos que a empresa registrou em 2024 e a queima de caixa resultante, o que aumentou os riscos de liquidez.