Azul (AZUL4) dispara 63% e Gol (GOLL54) 43%: O que está acontecendo?

Fora do Ibovespa (IBOV), as ações da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL54) destoam das demais ao dispararem no pregão desta segunda-feira (8), mesmo sem fatos relevantes divulgados ao mercado que sustentem o movimento.
Por volta de 15h25, após entrar em leilão por oscilação máxima permitida, as ações AZUL4 disparavam 63,48%, na B3 a R$ 1,88. Já GOLL54, que também entrou em leilão, subia 43,40%, a R$ 8,69.
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Na avaliação de Felipe Sant’Anna especialista em investimentos do grupo Axia Investing, as ações dão sequência ao fluxo de compras dos últimos dias em ativos de risco e papéis “baratos” da bolsa brasileira.
“Chama a atenção o volume de compra de ações da Azul, tendo JP Morgan, UBS e Goldman no topo da lista, com até 4 milhões de papéis comprados. Existe a possibilidade de estarmos diante de um short squeeze, principalmente em Azul, que pode levar o preço para cima de R$ 2, rapidamente”, conta Sant’Anna.
O especialista pontua ainda que, pela amplitude, a B3 tem suspendido as negociações e colocado o ativo AZUL4 em leilão “para acalmar o mercado e estabilizar a cotação”.
O short squeeze é caracterizado pela rápida alta de uma ação, forçando os investidores que apostaram na queda do preço do ativo (chamada venda a descoberto) a recomprarem as ações para conter a perda. É justamente essa recompra que impulsiona ainda mais a disparada da ação.
O especialista pontua ainda que uma eventual autorização para fusão entre as duas empresas pode ampliar esse fluxo de compra no curto prazo.
Fusão Azul e Gol depende de fim do Chapter 11
No início deste ano, uma possível combinação de negócios entre a Azul e a Gol colocou o papel no radar dos investidores. No entanto, a conclusão do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) da Gol estava entre as pendências cruciais para que o negócio pudesse andar.
Passados alguns meses, o cenário mudou: enquanto a Gol concluiu o processo, a Azul anunciou a entrada na recuperação judicial nos EUA — inclusive fechando a tríade de aéreas dominantes no setor aéreo brasileiro a recorrer ao recurso.
No fim de maio, Fabio Campos, vice-presidente institucional e corporativo da Azul, disse à jornalistas que o foco atualmente está “100% na reestruturação”.