Azul (AZUL4) decola na Bolsa nesta quinta (10); veja recomendações para a ação após o 2T23
As ações da Azul (AZUL4) dispararam nesta quinta-feira (10), marcando uma posição entre os destaques positivos do Ibovespa. A empresa saltou quase 10% na Bolsa, a R$ 18,22.
Hoje mais cedo, a companhia aérea reportou os números do segundo trimestre do ano. O relatório apresentou uma melhora no quadro do lucro, com o prejuízo passando para R$ 566,8 milhões, de R$ 721,4 milhões no mesmo período do ano passado.
Analistas destacam, no entanto, o salto na linha do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que veio mais de 80% maior sobre um ano antes, atingindo um montante de R$ 1,15 bilhão. A margem Ebtida também se recuperou – foi de 27,1%, alta de 11,4 pontos percentuais.
De acordo com a Ativa Investimentos, o Ebitda maior que o esperado é explicado por menores custos e despesas em função da queda dos preços de QAV (querosene de aviação) no trimestre.
Em relatório, a corretora destacou também que a empresa tem conseguido repassar os preços com êxito, com a receita operacional por assento-quilômetro oferecido (RASK) e a receita de passageiros por assento-quilômetro (PRASK) atingindo recordes para o período.
“Sua tarifa média evoluiu 6,0% ano a ano e o breakeven de ocupação decaiu 7,2 pontos percentuais ano a ano, evidenciando o êxito na monetização de sua operação”, acrescenta.
Além disso, a Azul conseguiu diminuir o nível de endividamento em base sequencial, com a dívida líquida recuando 6,6% com uma elevação de caixa de 7,8%.
Em paralelo, a alavancagem financeira caiu de 5,2 vezes no primeiro trimestre para 4,2 vezes, destaca a Ativa.
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Ação não é “compra”
Apesar dos dados positivos, analistas têm recomendação neutra para a Azul.
Como a XP Investimentos, a Ativa tem a classificação neutra para os papéis, mas com preço-alvo de R$ 32, o que implica um potencial de valorização de 92,8%. Na avaliação da corretora, fatores exógenos, como o câmbio, a postura da Petrobras (PETR4) em relação aos preços do combustível de aviação e o atual cenário macroeconômico doméstico, podem continuar pressionando as ações ao longo dos próximos meses.
Vale lembrar que a Azul acumula uma forte valorização de 50,6% na Bolsa em 2023.
“Acrescentamos ainda que os dados de tráfego de julho mostram alguma retração no mercado doméstico”, completa a Ativa.
O Santander, por mais que tenha avaliado o balanço como “forte”, com Ebitda e receita líquida vindo acima das expectativas. tem recomendação neutra para as ações também, com alvo de R$ 13,70.