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Azul (AZUL4) declina 7% na bolsa com preocupação da Moody’s e corte de recomendação do Goldman Sachs no radar, mas retoma alta

23 set 2024, 11:14 - atualizado em 23 set 2024, 17:29
Azul
Ações da Azul enfrentam mais um dia de queda no Ibovespa (Imagem: iStock/Matheus Obst)

A Azul (AZUL4) enfrenta um tempo fechado nesta segunda-feira (23), após ter o seu rating corporativo rebaixado de Caa1 para Caa2 pela Moody’s e corte de recomendação do Goldman Sachs de compra para neutra.

Na primeira hora de sessão, os papéis chegaram a cair 7%. No acumulado do ano, AZUL4 tem queda de 65%. Mostrando mais um pregão de volatilidade, na tarde as ações viraram para o campo positivo e terminaram o dia com avanço de 1,90%, a R$ 5,36.



Em meio ao cenário de renegociações de dívidas que a companhia enfrenta, o rebaixamento pela agência classificadora de risco reflete os resultados mais fracos que a empresa registrou em 2024 e a queima de caixa resultante, o que aumentou os riscos de liquidez.

A perspectiva para os emissores também foi alterada de positiva para negativa.

A agência lembra que a Azul gerou R$ 1,2 bilhão em Ebit durante o primeiro semestre de 2024, mas as altas necessidades de capital de giro, o ônus da dívida e as despesas de capital levaram a uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão no mesmo período.

Com isso, a posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023. Para piorar, a empresa possui R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo.

“Consequentemente, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para suprir suas necessidades de liquidez”, diz.

Para o Goldman Sachs, AZUL4 é neutro

Em seu relatório mais recente, o Goldman Sachs cortou a recomendação para a Azul de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 7,30, representando um potencial de valorização de 38,8% em relação ao fechamento de sexta-feira (20).

Para os American Depositary Receipts (ADRs), o banco gringo estabeleceu preço-alvo de US$ 4, um potencial de alta de 37,9%.

Os analistas Bruno Amorim e João Frizo, que assinam o relatório, reconhecem que as operações da companhia são saudáveis, tendo em vista o retorno das margens Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aos níveis pré-pandemia, apesar de uma depreciação em torno de 31% do real contra 2019.

No entanto, a recente depreciação do real desencadeou um aumento significativo da dívida líquida para a empresa em relação aos níveis pré-pandêmicos, que, somado a uma piora macroeconômica, deve limitar o espaço para uma potencial reclassificação das ações, ponderam os analistas.

O banco projeta que a Azul irá queimar cerca de R$ 1,5 bilhão em caixa neste ano e comentam que as linhas de crédito para aéreas garantidas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), aprovadas recentemente, podem trazer uma nova fonte de liquidez para a empresa.

“Reconhecemos que comentários sobre reestruturação da dívida têm sido seguidos por uma volatilidade incremental no preço das ações e podem contrariar a perspectiva positiva que vemos operacionalmente para a empresa”.

*Com Renan Dantas

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