Azul (AZUL4) ainda pode disparar 121%, diz banco gringo; ações saltam nesta quarta (20)
As ações da Azul (AZUL4) disparam nesta quarta-feira (20), liderando as altas do Ibovespa. Além do ânimo que contagia a Bolsa brasileira, no aguardo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a companhia aérea aproveita a repercussão do relatório divulgado pelo Goldman Sachs.
O banco americano não só elevou a recomendação da Azul para compra, como também a colocou como top pick no setor aéreo.
A Azul disparava 12,49% por volta das 15h30.
O Goldman Sachs passou a enxergar uma assimetria positiva quanto à expansão de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), entrando em 2024. Além disso, o valuation parece atrativo, especialmente após a recente correção (AZUL4 recuou em torno de 35% nos últimos três meses).
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Ainda, a instituição notou que as negociações mais recentes com credores e detentores de bonds diminuiu significativamente os riscos no balanço patrimonial.
“A situação atual da Azul traz uma oportunidade de compra, dado o racional atual do ambiente competitivo, o que deve permitir que o aumento de preços nos próximos trimestres mitigue custos mais elevados”, comentam os analistas Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins, responsáveis pela atualização.
Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, levanta que, embora o relatório do Goldman Sachs impacte as ações no curto prazo, o direcionador principal continua sendo a decisão de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Há pouco, o Federal Reserve anunciou a decisão de manter os juros americanos na faixa atual de 5,25-5,50%, mas deixou aberta a possibilidade de novas elevações nas próximas reuniões. O comunicado trouxe ainda novas projeções materiais, atribuindo um tom mais hawkish (agressivo), na opinião da Ativa Investimentos.
Ação pode saltar
Mesmo com a forte correção dos últimos meses, as ações da Azul acumulam uma valorização de 22,8% em 2023. O Goldman Sachs avalia que o potencial do ativo ainda é grande, podendo subir 121% ao considerar o preço-alvo de R$ 29,90.
Os analistas veem a ação atualmente negociada a cerca de 4 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, o que oferece um desconto de aproximadamente 50% para a média histórica. Em relação à média global, de ~5 vezes, o múltiplo também está abaixo.
O Goldman Sachs reforça que, dada a posição dominante no mercado brasileiro (o que deve permitir o repasse de custos mais elevados) e alavancagem financeira maior dentro de um contexto de melhor liquidez (com o risco no balanço patrimonial aparentemente sob controle agora), a Azul é a preferência entre as aéreas.
E a Gol?
Em relação à rival Gol (GOLL4), a recomendação da casa é “neutro”, com um novo preço-alvo de R$ 7,60 (contra R$ 11,50 anteriormente).
O Goldman Sachs ajustou o múltiplo-alvo de EV/Ebitda dos próximos 12 meses para 4 vezes, de 4,3 vezes antes, refletindo um cenário macro mais desafiador.
As estimativas para custos unitários também subiram em 1% para 2023-24 após considerar preços de combustível de aviação maiores.
A Gol avança 8,13% na Bolsa hoje, cotada a R$ 6,92.