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Azul (AZUL4): A preocupação da Moody’s com dívidas; ‘risco de liquidez aumentou’

21 set 2024, 11:10 - atualizado em 21 set 2024, 12:28
Azul
(Imagem: iStock/Matheus Obst)

A Azul (AZUL4), que está em meio a uma renegociação de dívidas de curto prazo, teve o seu rating corporativo rebaixado de Caa1 para Caa2 pela Moody’s, mostra documento enviado ao mercado na noite da última sexta-feira (20).

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A perspectiva para os emissores também foi alterada de positiva para negativa.

Segundo a agência classificadora de risco, o rebaixamento reflete os resultados mais fracos que a empresa registrou em 2024 e a queima de caixa resultante, o que aumentou os riscos de liquidez.

A agência lembra que a Azul gerou R$ 1,2 bilhão em Ebit durante o primeiro semestre de 2024, mas as altas necessidades de capital de giro, o ônus da dívida e as despesas de capital levaram a uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão no mesmo período.

Com isso, a posição de caixa da Azul caiu para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024, de cerca de R$ 1,9 bilhão no final de 2023. Para piorar, a empresa possui R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo.

“Consequentemente, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para suprir suas necessidades de liquidez”, diz.

Fôlego extra para Azul

No início da semana, a companhia aérea confirmou estar em negociações com arrendadores de aeronaves. Entre os termos, está sendo discutida uma substituição da dívida de US$ 580 milhões por participação societária na empresa.

Segundo levantamento da Elos Ayta, a Azul registrou uma valorização de 54,2% em apenas três dias, entre os pregões de 12 e 17 de setembro, após atingir seu menor preço histórico.

Apesar da recuperação vista nos últimos dias, AZUL4 continua 90% abaixo do seu pico histórico de 28 de janeiro de 2020, quando atingiu o valor de R$ 62,41. Ainda, no acumulado do ano, as ações recuam 67%.

Moody’s se junta a S&P

A Moody’s não foi a única cortar o rating da companhia. No início do mês, a S&P Global Ratings cortou a classificação de crédito de emissor em escala global da Azul de B- para CCC+, com perspectiva negativa.

A mudança leva em conta os resultados da companhia aérea no primeiro semestre mais fracos do que o esperado, ampliando o déficit de fluxo de caixa operacional livre para o ano e enfraquecendo a liquidez.

A agência destaca que a depreciação do real e a redução na capacidade e nos rendimentos prejudicaram os resultados do segundo trimestre da Azul.

Tudo começou com a notícia publicada pela Bloomberg ainda em agosto de que a empresa estaria considerando diversas opções — incluindo um pedido de proteção contra credores — para lidar com sua dívida com vencimento iminente.

No entanto, a empresa negou que tenha em vista com uma recuperação judicial. Isso, no entanto, não foi suficiente para acalmar os mercados, que jogaram a ação na lona.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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