Aziz suspende sessão depois de Barros acusar CPI de afastar fabricantes de vacinas do país
O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a reunião da comissão no início da tarde desta quinta-feira, depois do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ter afirmado que produtores de vacina se afastaram do país por causa da atuação da CPI.
A afirmação causou revolta entre senadores, que reagiram à afirmação do deputado lembrando que a CPI tem pouco mais de 90 dias de atuação e o governo federal deixou de assinar contratos de compras de vacina com empresas grandes, como a Pfizer, ainda no ano passado.
Ao suspender a sessão, Aziz afirmou ainda que o convite para que Barros desse suas explicações seria “reavaliado”.
Depois de suspensa a sessão, em entrevista, Barros repetiu a acusação.
“A CPI faz seu trabalho, mas o fato é que não há mais laboratórios procurando o Brasil porque não querem se expor a esse tipo de inquirição que a CPI faz”, afirmou.
Não há decisão ainda se a CPI volta a se reunir nesta quinta-feira e se o depoimento de Barros será retomado.
Barros é acusado de envolvimento na pressão para que o Ministério da Saúde assinasse o contrato com para compra da vacina indiana Covaxin. De acordo com o deputado Luís Miranda (DEM-DF), que fez a denúncia sobre os problemas na compra da vacina, ao contar ao presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto, teria ouvido que era um esquema de Barros.
O líder do governo afirmou que foi um mal-entendido, e que Bolsonaro teria apenas perguntado se ele estaria envolvido ao ver sua foto em uma reportagem sobre o caso da empresa Global –proprietária da Precisa, então representante da Covaxin no Brasil– em que Barros é investigado.
Barros negou qualquer envolvimento com o caso da Covaxin e alegou nunca ter tratado do tema com ninguém no Ministério da Saúde.