Azeite de oliva conquista asiáticos e incentiva produção local
Vinte anos atrás, quando o chef Shinobu Namae trabalhava no aclamado restaurante italiano Acqua Pazza em Tóquio, a clientela rejeitava pratos que continham azeite. Frequentemente, os clientes pediam que ele não colocasse o óleo que é um dos principais ingredientes da culinária mediterrânea.
Hoje, Namae diz que “as pessoas em Tóquio adoram azeite de oliva”. Em seu restaurante próprio, L’Effervescence, que recebeu três estrelas do guia Michelin, o chef agora compra azeite feito localmente em Souju, uma fazenda na prefeitura de Kagawa que no passado cultivava Bonsai. Como os proprietários são especialistas em poda, Namae conta que eles conseguem controlar o crescimento das oliveiras a fim de “colher bons frutos constantemente” de forma sustentável.
O gosto cada vez maior dos japoneses por azeite de oliva estimulou a produção local. O país ganhou oito prêmios do segmento, incluindo quatro medalhas de ouro na Competição Mundial de Azeite NYIOCC em 2020.
Em 2019, o Japão exportou 276,23 toneladas de azeite, representando aumentos de 209% em relação a 2018 e 545% em relação a 2014.
A China também está comprometida com o negócio. Em 2020, o azeite extra virgem orgânico Xiangyu Coratina ganhou ouro duplo no Concurso Internacional de Azeite de Atenas, que teve 430 participantes. A fabricante Xiangyu Oil Olive Development contratou o agrônomo argentino Pablo Canamasas para desenvolver o produto vencedor.
“O consumo de azeite extra virgem na China está avançando em ritmo significativo”, afirmou Canamasas por e-mail. “Particularmente nas grandes cidades e em um segmento da população que tem de 25 a 35 anos, viajou para o exterior e está mais exposto à dieta mediterrânea ou ouviu falar dela.”
O mercado de azeite de oliva na região Ásia-Pacífico deve registrar crescimento anual de 4,2% entre 2020 e 2025, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado Mordor Intelligence. A Mordor vê o mercado regional de azeite se expandindo rapidamente para atender à maior demanda por parte de consumidores atraídos por seus benefícios para a saúde.
Em Cingapura, Sebastien Lepinoy também está promovendo azeite de luxo, mas não usa azeitonas locais e sim cinco tipos de azeitonas da Provença, na França. O chef do Les Amis, que também recebeu três estrelas pelo guia Michelin, passou cinco meses desenvolvendo um composto que complementasse sua culinária francesa moderna em pratos como o lagostim com abobrinha e emulsão de azeite extra virgem.
Lepinoy está tão otimista com o mercado de azeite de Cingapura que vende garrafas de seu óleo de oliva suave e sutilmente apimentado pelo equivalente a US$ 36. Ele diz que a demanda tem sido forte por uma gordura mais saudável como alternativa à famosa manteiga do restaurante.