Avião Ibovespa decolou (e pode renovar máxima histórica), vê Itaú BBA
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O Ibovespa decolou 7,47% no ano e caminha para renovar máximas históricas, vê análise técnica do Itaú BBA. Segundo a equipe liderada por pelo analista Fabio Perina, o índice superou três regiões importantes de resistência no último pregão:
- a linha de tendência de baixa desde ago-24;
- a média móvel de 200 períodos,
- a resistência de curto prazo em 127.400 pontos
“Aeronave Ibovespa, autorizado a decolar: o pregão da última sexta, com a ultrapassagem das três resistências mencionadas, foi como se fosse a torre de controle tivesse dado a autorização para a aeronave na pista”, diz.
O Itaú recorda que o Ibovespa já havia entrado em alta em 30 de janeiro ao superar os 125.400 pontos.
“Porém, a partir de agora, se não tivermos nenhum problema, o avião (Ibovespa) deve seguir sua viagem rumo ao seu destino 137.469 pontos, com uma possível parada na região dos 130 mil. Apertem os cintos, assuma riscos calculados por que é hora de subir”.
Ainda segundo os analistas, ações que já estão negociando acima da média de 200 períodos acabam sendo as melhores opções, pois apresentam tendências mais consolidadas, enquanto ações que estão começando uma nova tendência de alta, são alternativas para tomada de risco.
Do lado da baixa, o índice encontra suporte em 123.700 pontos. Se perder essa região, o movimento de realização de lucros ganhará impulso e encontrará próximos suportes em 123.100 e 122.000 pontos – patamar que sustenta a tendência de alta de curto prazo.
Por que o Ibovespa avança
Analista do BB Investimentos também dizem que o Ibovespa ensaia recuperar os patamares de pontuação perdidos em dezembro, ocasião em que a elevação nas taxas de juros (e sinalização de altas posteriores) prejudicou a performance da renda variável.
“Esse recente movimento de alta pode sinalizar maiores expectativas em relação ao crescimento dos lucros na temporada de balanços em curso, ou mesmo uma eventual percepção de que as taxas de juros podem ter uma curva descendente mais forte a partir de 2026, o que, se concretizado, tende a favorecer o investimento em ações”, afirmaram em análise gráfica semanal.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 2,7%, acumulando na semana um ganho de 2,89%.
Na visão do analista de investimentos Alison Correia, sócio-fundador da Dom Investimentos, pesquisas mostrando piora na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estão por trás do movimento recente na bolsa.
“O mercado entende que se continuar assim ou se parar desse mesmo jeito, as chances do Lula se reeleger nas eleições de 2026 começam a ficar cada vez menores”, afirmou. “Além disso, acredito que talvez ele tenha um choque de realidade da gestão e, de repente, comece a tomar medidas mais assertivas.”
Uma das principais críticas de agentes do mercado ao atual governo é no campo fiscal, particularmente a falta de comprometimento com uma trajetória fiscal responsável e uma gestão prudente das contas públicas.
Da agenda macroeconômica, o IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, caiu 0,7% em dezembro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado, enquanto economistas estimava declínio de 0,4%.
Foi o resultado mensal mais fraco desde maio de 2023 (-1,72%), levando o índice a fechar o quarto trimestre com estagnação na comparação com os três meses anteriores, em dado dessazonalizado.
Com Reuters