Política

Avião de Bolsonaro arremete ao tentar pousar em MT por causa da fumaça de queimadas

18 set 2020, 13:40 - atualizado em 18 set 2020, 13:46
Jair Bolsonaro
As imagens da chegada do presidente à cidade também mostram o aeroporto coberto pela fumaça (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O avião oficial que levava o presidente Jair Bolsonaro foi obrigado a arremeter ao tentar pousar pela primeira vez no aeroporto de Sinop (MT) por baixa visibilidade causada pela fumaça das queimadas que devastam o Pantanal e a Amazônia.

O próprio presidente contou sobre o caso a produtores rurais em um evento na cidade, mas não citou a causa.

“Hoje quando o avião foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a 2ª vez na minha vida que acontece isso, uma vez foi no Rio de Janeiro, e, obviamente, algo anormal está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa. Para nossa felicidade, na segunda vez conseguimos pousar “, contou.

De acordo com informações repassadas pela administração do aeroporto ao site G1, a visibilidade não estava boa por causa da fumaça e o piloto não conseguia enxergar corretamente a pista.

Os mapas do relatório de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram uma coluna de fumaça que cobre o país, da Amazônia aos Estados do sul, ocupando o oeste e o norte de Mato Grosso, região onde fica Sinop.

As imagens da chegada do presidente à cidade também mostram o aeroporto coberto pela fumaça, assim como as ruas, onde Bolsonaro saiu para cumprimentar apoiadores que o esperavam.

No entanto, ao discursar aos produtores rurais, o presidente afirmou que o Brasil é um “exemplo para o mundo” na questão ambiental e que o país vem sofrendo críticas pelo que chamou de “alguns focos de incêndio” que acontecem ao longo dos anos.

Veja o vídeo:

“Temos sofrido uma crítica muito grande. Porque obviamente quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que é o nosso agronegócio”, disse. “Países outros que nos criticam não tem problema de queimada porque já queimaram tudo nos seus países.”

Os relatórios do Inpe mostram que, até 17 de setembro, o Pantanal tinha 15.835 focos de incêndio e a Amazônia 68.486. Os números são, respectivamente, 202% e 13% maiores que em igual período de 2019.

No caso da Amazônia, é o maior número de queimadas desde 2010. Já no Pantanal é o maior da série histórica iniciada em 1998.

Bolsonaro disse ainda aos produtores que não é possível sufocar o agronegócio, que seria a garantia a segurança alimentar do país, para que se faça mais demarcações de terras indígenas, e que por isso havia se recusado a fazer novas demarcações.

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