Avianca descarta recuperação judicial; empresas querem reaver aviões
As empresas de leasing de aeronaves BOC Aviation e Constitution Aircraft pedem a devolução de pelo menos 12 aeronaves em posse da Avianca. Só para a Constitution Aircraft, a Avianca deixou de pagar parcelas do arrendamento de 11 aeronaves, de acordo com o processo judicial, informa nesta sexta-feira (7) reportagem de Rodrigo Carro, Beth Koike e Joice Bacelo publicada no Valor Econômico.
As duas empresas obtiveram liminares, na Justiça de São Paulo, para reaver as aeronaves. A informação foi antecipada ontem (6) pelo jornal “Folha de S. Paulo”.
A Avianca Brasil, em nota distribuída na tarde desta quinta-feira, negou “qualquer rumor relacionado a um possível pedido de recuperação judicial” e destacou “que suas operações não foram ou serão impactadas.” A companhia aérea argumentou que “negociações fazem parte da rotina de qualquer empresa para otimização de resultados”. Na visão da Avianca, processos como este são previstos pela empresa.
“Fatores externos como a alta do dólar, o aumento histórico do preço do combustível de aviação e a greve dos caminhoneiros têm desafiado todo o setor em 2018. Nesse contexto, é natural e previsto que todas as empresas busquem otimizar a gestão de seus recursos da melhor forma possível, o que inclui a adequação de frota à demanda de passageiros”, justificou a Avianca Brasil ao Valor.
Neste ano, segundo balanço da companhia, o grupo Avianca obteve US$ 427,7 milhões em empréstimos de leasing para financiar a compra de seis aeronaves de modelos A321, A330, B787 e A320. No primeiro semestre, a Avianca Brasil acumulou prejuízo líquido de R$ 175,6 milhões, perda 24,4% superior à apurada entre janeiro e junho de 2017. A receita operacional bruta cresceu 116%, para R$ 2,1 bilhões.