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Avanti Bank pretende levar o “ethos” do Bitcoin para o setor bancário

28 fev 2020, 13:54 - atualizado em 28 fev 2020, 13:54
Avanti pretende fazer a ponte entre mercado tradicional e mercado cripto da forma mais complacente à legislação bancária do estado de Wyoming (Imagem: Twitter/Avanti Bank & Trust)

Assim como dizia a famigerada inscrição no bloco gênesis, o Bitcoin representa uma ameaça existencial aos bancos.

Agora, Caitlin Long, veterana de Wall Street, promete reinventar o setor bancário à imagem da criptomoeda.

A nova empresa de Long, Avanti, que significa “à frente” em italiano, planeja criar um banco que seja consistente com o ethos do Bitcoin de  “not your keys, not your coins” (não são suas chaves, então não são suas moedas).

Por conta da pioneira estrutura jurídica de blockchain do estado de Wyoming, nos EUA, e da parceria com a Blockstream para fornecer custódia a nível institucional, Long espera criar um banco que se mantenha fiel aos ideais do Bitcoin, mas que também torne possível a entrada de novos investidores a esse universo.

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Long quer fazer a ponte entre o mercado bancário tradicional e a indústria cripto, algo que executivos conservadores não ousaram fazer (Imagem: Freepik)

O primeiro banco americano favorável a criptoativos

A legislação bancária para fins específicos de Wyoming (SPDI, na sigla em inglês) fornece uma oportunidade única para empresas cripto que querem fornecer a ponte entre o setor bancário e a indústria cripto.

Em um podcast, Long afirmou que essa fundação jurídica vai ajudá-la a levar criptoativos para investidores institucionais como “fundos de pensões, de doações ou de riqueza soberana”, que “precisam de um serviço de alto nível que, atualmente, não existe no mercado americano”.

Assim como ela ilustrou com a parábola de uma universidade incapaz de lidar com uma grande doação em criptomoedas, essas instituições não são impedidas por falta de interesse, e sim por falta de estrutura.

Em vez de reproduzir a relação tradicional de credor/devedor como os bancos comerciais, Long planeja usar a legislação exclusiva de Wyoming para criar um banco alinhado com o ethos do Bitcoin.

Criptoativos serão entregues ao banco para custódia, e não posse. Isso reflete o modelo de custódia de estacionamento ou de guarda-volumes em que ativos são mantidos em nome do dono, mas sem o direito de controlá-los nem hipotecá-los novamente, assim como os bancos.

“Wyoming pavimentou o caminho para que esse tipo de banco existisse através da sua lei de Instituição Depositária para Fins Específicos (SPDI), que é estrutura ideal de cumprimento a regulamentações nos EUA para o fornecimento de serviços financeiros sobre #crypto”, tuitou ela.

Avanti já levantou US$ 1 milhão em uma rodada de financiamento e, aparentemente, possui oito produtos financeiros exclusivos na manga para instituições, incluindo uma solução de custódia para security tokens.

Enquanto isso, outras empresas estão se candidatando para obter a licença da lei SPDI em uma tentativa de criar seus próprios bancos interligados.

Isso reflete uma grande tendência do Bitcoin: inspirar a criação de instituições financeiras tradicionais, assim como em Malta, onde corretoras se uniram para criar seu próprio banco favorável a cripto: Founders Bank.