Mercados

Avanço da Ucrânia na guerra contra a Rússia é positivo para o mercado financeiro?

13 set 2022, 10:51 - atualizado em 13 set 2022, 10:56
Avanço da Ucrânia na guerra contra a Rússia amplia chance de impasse prolongado e penaliza ativos europeus (Imagem: Serviço de Imprensa das Forças Armadas da Ucrânia/Divulgação via REUTERS)

O avanço da Ucrânia na guerra contra a Rússia parece estar ajudando o humor de curto prazo do mercado financeiro, combinado com outros fatores. Os desdobramentos recentes no leste europeu criaram a sensação de otimismo entre os investidores, de que Moscou pode ser forçada a diminuir a ofensiva militar.

Em uma contraofensiva no fim de semana, as forças ucranianas recuperaram com sucesso as regiões ocupadas pela Rússia na região de Kharkiv, fazendo com que as tropas russas recuassem. Com isso, ficou a sensação de que o governo de Vladimir Putin pode ser forçado a diminuir a escalada geopolítica.

Dessa forma, o avanço da Ucrânia contra a Rússia está levando o mercado financeiro a interpretar como um possível sinal do fim da guerra. Porém, o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa, tem uma visão diferente. “Parece que a Rússia está longe de desistir de seu ‘projeto’, mas essa interpretação pode ter sinais contrários”, pondera.

Ou seja, em vez de resultar em uma solução rápida para o conflito, a conquista ucraniana aumenta a probabilidade de um impasse prolongado. “E isso empurra um cessar-fogo ainda mais para o futuro”, observam os estrategistas geopolíticos do BCA Research.

Em uma transmissão ao vivo (live) realizada ontem, os estrategistas da consultoria canadense lembram que o avanço das tropas ucranianas prejudica a capacidade russa de conquistar o Donetsk Ocidental. Tal conquista representaria o fim do jogo de Moscou na guerra.

Portanto, desenvolvimentos positivos na frente ucraniana poderiam encorajar Kiev e o Ocidente a fornecer mais apoio na batalha. “E isso também faria com que as tropas russas se mobilizassem ainda mais”, comentam os estrategistas do BCA Research.

Europa merece comentário à parte

Ou seja, para os mercados financeiros, um conflito prolongado pode obrigar a Rússia a infligir maiores problemas econômicos, restringindo ainda mais o fornecimento de energia ao Ocidente, especialmente aos países europeus.

Com isso, os ativos da Europa tendem a manter desempenho abaixo da média de mercado (“underperform”). Já os preços do petróleo devem seguir pressionados para cima.

“A segurança energética europeia continua em risco e uma escalada nas tensões entre o Ocidente e a Rússia aumenta a incerteza sobre o futuro do abastecimento de energia europeu, potencialmente prolongando o vento contrário às perspectivas para os ativos de risco europeus”, avalia a equipe de estrategistas da consultoria canadense.

Ontem, no relatório mensal de gestão, a Verde Asset dedicou um capítulo especial à situação europeia. Para a gestora, que tem Luís Stunlberger como CEO e CIO de um dos principais multimercados do país, a Europa merece um comentário à parte, pois a situação energética do velho continente é extremamente séria.

“O choque de aumento nas contas de luz e gás das famílias e empresas ainda parece subestimado. Vemos a região caminhando para uma recessão significativa, embora os governos vão tentar de tudo, intervindo nos mercados de energia, dando cheques para empresas e pessoas, e evitando a destruição de demanda necessária para reequilibrar o balanço energético, em um contexto em que o gás russo não deve voltar nunca mais”, afirma a gestora, no relatório mensal.

Com isso, a Verde vê pouca chance de os ativos de risco europeu terem bom desempenho em relação a outras regiões do mundo nos próximos anos.

Para o BCA Research, isso é particularmente verdade se a União Europeia (UE) cumprir um embargo às importações de petróleo bruto por via marítima russa e sanções de seguro e resseguro em dezembro.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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