Avanço da produção da Império no Nordeste pode respingar na Ambev, afirma Ágora
Um possível avanço da Cidade Imperial, dona da marca de cerveja puro malte Império, no Nordeste pode trazer impactos para Ambev (ABEV3), argumenta a Ágora em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (26).
Segundo informações, a empresa solicitou à Agência Nacional de Mineração (ANM) o direito de explorar uma área próxima à fábrica da Heineken, em Alagoinhas, no interior da Bahia.
“A obtenção do direito de exploração da Império nessa região poderia permitir que ela avançasse com a construção de uma nova fábrica que trouxesse ainda mais pressão competitiva para a Ambev”, afirmaram os analistas Leandro Fontanesi e Ricardo França.
De acordo com estimativas da corretora, a Império já é o quarto maior player de cerveja do Brasil e tem aproveitado a crescente demanda por cervejas de puro malte no país.
Ainda segundo os analistas, espera-se que esta nova planta potencial em Alagoinhas tenha capacidade para 7 milhões de hectolitros (equivalente a cerca de 5% do volume total de cerveja do Brasil), “embora não haja datas de início e término programadas para este projeto”, ressaltam.
Disputa longa
A exploração em Alagoinhas está no centro de uma disputa judicial. O empresário Maurício Britto Marcellino da Silva ganhou um recurso que fez com que a Heineken perdesse o direito de explorar a água que abastece o complexo industrial. A ação corre na justiça há 26 anos.
A Heineken enviou um comunicado afirmando que em hipótese alguma sua fábrica em Alagoinhas será desativada. A companhia holandesa já investiu cerca de R$ 215 milhões no complexo industrial desde que foi inaugurado em 2010.