Política

Avaliação de governo Bolsonaro piora e aprovação a governadores dispara, diz XP

03 abr 2020, 14:02 - atualizado em 03 abr 2020, 14:02
Bolsonaro e Mandetta
 A avaliação ruim ou péssima do governo Bolsonaro subiu 6 pontos em relação a levantamento feito no mês passado, chegando agora a 42% (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A avaliação negativa do governo do presidente Jair Bolsonaro passou para 42% em meio à pandemia de coronavírus, ao passo que a aprovação dos governadores teve um salto, para 44%, mostrou pesquisa do Ipespe para a XP Investimentos divulgada nesta sexta-feira.

Especificamente sobre a atuação das autoridades no combate à pandemia de coronavírus, o levantamento mostrou que 68% avaliam como ótima ou boa a atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao passo que apenas 29% têm essa avaliação do papel que vem sendo desempenhado por Bolsonaro na crise.

De acordo com o levantamento, a avaliação ruim ou péssima do governo Bolsonaro subiu 6 pontos em relação a levantamento feito no mês passado, chegando agora a 42%. O percentual dos que veem o governo como ótimo ou bom oscilou 2 pontos para baixo, para 28%, enquanto os que avaliam a gestão como regular somam 27%, ante 31%.

Já nos casos dos governadores, a avaliação ótima ou boa dos governadores de Estado saltou de 26% no levantamento do mês passado, para 44% agora. Além disso, a avaliação ruim ou péssima caiu de 27%, para 15%. O percentual dos que veem os gestores estaduais como regulares foi de 43%, para 37%.

Bolsonaro tem criticado publicamente os governadores pelas medidas de restrição que adotaram para conter a disseminação do coronavírus, que já matou mais de 300 pessoas no país. O presidente tem defendido a volta ao trabalho, a despeito das recomendações de especialistas pelo isolamento social.

O presidente já acusou os governadores de serem “exterminadores de empregos”, de trabalharem com o conceito de “terra arrasada” e de cometerem um “crime” com as medidas restritivas que, segundo ele, estão “arrebentando com o Brasil”.

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Mandetta bem avaliado na pandemia

De acordo com a pesquisa, o saldo da avaliação positiva dos governadores aconteceu em todas as regiões do país: de 22% para 37% no Sudeste, de 27% para 50% no Nordeste, de 18% para 54% no Sul e de 24% para 44% no Norte e Centro-Oeste.

Especificamente sobre a pandemia de coronavírus, 44% avaliam como ruim ou péssima a atuação de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, 29% a veem como ótima ou boa e 21% como regular.

Mandetta é bem avaliado no combate à pandemia por 68% dos entrevistados, enquanto 7% avaliam mal sua atuação e 21% a veem como regular.

Mandetta é bem avaliado no combate à pandemia por 68% dos entrevistados (Imagem: Agência Brasil/ Marcello Casal Jr)

Bolsonaro também tem entrado em rota de colisão com Mandetta, que tem defendido a necessidade de isolamento social para conter o vírus, apesar da postura em contrário do presidente. Em entrevista à rádio Jovem Pan na quinta-feira, Bolsonaro disse que falta humildade a Mandetta e que o ministro deveria ouvi-lo mais. Disse ainda que o titular da Saúde “extrapolou”.

Já a atuação dos governadores na pandemia é vista de forma positiva por 59%, negativa por 14% e regular por 25%. No combate ao coronavírus, os mais bem avaliados são os profissionais de saúde, com 87%.

Em linha com a melhora no desempenho dos governadores e com a boa avaliação de Mandetta, a XP/Ipespe apontou que 80% dos entrevistados veem o isolamento social como a melhor forma de tentar conter a disseminação do coronavírus, ao passo que 12% avaliam que essa medida está sendo exagerada, e 6% entendem que não é o melhor caminho.

O levantamento indagou sobre qual a maior preocupação das pessoas em relação ao coronavírus e 49% responderam que era o risco de se contaminar ou de alguém da família ser infectado, 25% afirmaram que é a crise econômica que pode atingir o país em decorrência da pandemia, e 24% disseram ter essas duas preocupações.

O Ipespe ouviu 1.000 pessoas por telefone entre 30 de março e 1º de abril. A margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais.

Veja a pesquisa na íntegra: