Política

Auxílio emergencial poderá durar mais de quatro meses

11 mar 2021, 21:47 - atualizado em 11 mar 2021, 21:47
auxílio emergencial
A gravidade da pandemia no Brasil, no entanto, levantou preocupações de que esse valor pode não ser suficiente (Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)

A equipe econômica já trabalha com a possibilidade de que a nova rodada de auxílio emergencial acabe durando mais do que os quatro meses previstos na PEC Emergencial, disseram quatro pessoas com conhecimento do assunto.

A proposta atual permite que o governo pague um benefício médio de R$ 250 de março a junho a 40 milhões de pessoas com um custo de R$ 44 bilhões.

A gravidade da pandemia no Brasil, no entanto, levantou preocupações de que esse valor pode não ser suficiente, disseram as pessoas que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.

Não está claro quanto mais poderia ser gasto e uma decisão final ainda não foi tomada porque depende do ritmo da campanha de vacinação do país, segundo as fontes.

O Ministério da Economia não comentou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, negociou com os parlamentares que o orçamento do novo programa fique limitado na PEC devido ao temor crescente com o equilíbrio fiscal do país. Depois de um déficit recorde de cerca de 14% do PIB no ano passado, os investidores precificam uma alta de pelo menos 0,50 pp da Selic na reunião do Copom na próxima semana.

A solução para mais auxílio, afirmam duas pessoas, seria editar uma nova PEC caso isso seja necessário. Propostas para aumentar gastos, dizem, costumam ser aprovadas com mais rapidez.

A maior parte do estímulo do ano passado foi usada no pagamento do auxílio emergencial, direcionado principalmente a trabalhadores informais que ficaram sem renda por causa do fechamento da economia nos estados. A ajuda começou em R$ 600 em abril, foi reduzida para R$ 300 em agosto e terminou em dezembro. O programa custou R$ 321 bilhões e beneficiou quase 70 milhões de pessoas.

O plano do Ministério da Economia era retomar a agenda de reformas em 2021. Mas o Brasil vive hoje a pior fase da pandemia. Casos e mortes aumentaram desde o final de 2020, deixando hospitais à beira do colapso e pressionando os governadores estaduais a impor uma nova rodada de restrições severas.

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