Autoridade do BCE diz que vacinação pode ditar ritmo de retirada
O Banco Central Europeu poderia iniciar discussões ainda este ano sobre como retirar o estímulo monetário sem precedentes caso os países façam suficientes avanços nas vacinações, segundo Klaas Knot, membro do conselho geral da instituição.
Knot, que é presidente do banco central holandês, disse estar confiante em uma recuperação no segundo semestre, apesar dos obstáculos no primeiro trimestre em meio às restrições contra o coronavírus.
Ele também sinalizou que as autoridades de política monetária poderiam reduzir o ritmo de compras de títulos em meados do ano se o desempenho da economia continuar como esperado.
“Enquanto estivermos em uma situação com restrições de contato, está claro que o programa de compras de emergência da pandemia não vai parar”, disse Knot em resposta a uma pergunta sobre quando o BCE poderia considerar sair do programa de emergência. “Mas, se fizermos bom progresso com as vacinações, esse momento chegará em algum ponto no final deste ano.”
No início de março, autoridades de política monetária decidiram aumentar significativamente o ritmo de compras sob o programa – que deve durar pelo menos mais um ano – depois da onda vendedora global de títulos como resultado do grande estímulo fiscal dos EUA. O salto dos rendimentos gerou preocupações de que a Europa não está pronta para enfrentar juros mais altos.
Compras temporárias
Desde então, várias autoridades sugeriram que a medida é temporária e será reconsiderada quando as projeções econômicas atualizadas estiverem disponíveis em junho.
“Queríamos evitar que os aumentos dos rendimentos estivessem muito à frente da melhora do crescimento econômico e da inflação que esperamos no segundo semestre deste ano”, disse Knot. “Por isso, pensamos que seria aconselhável nos antecipar um pouco e fornecer alguma contrapressão nos próximos meses. Mas, quando a recuperação realmente se manifestar como esperamos, esse motivo ficará obsoleto.”
Knot disse que as previsões mais recentes apontam que a economia dos Países Baixos deve crescer 2,2% neste ano e 4,2% em 2022. O PIB do país deve encolher 1% no primeiro trimestre.
A situação é igualmente difícil na Alemanha. O Bundesbank previu na segunda-feira forte retração nos primeiros três meses de 2021, argumentando que as medidas para conter o coronavírus são mais rígidas do que no trimestre anterior.
Antes de uma reunião na segunda-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, propôs manter as medidas em vigor por mais quatro semanas. O plano se estenderia e aumentaria ligeiramente as restrições existentes até 18 de abril, isso semanas depois de o governo ter começado a flexibilizar algumas medidas.