Automob (AMOB3) ‘estaciona’ nos centavos e fica mais distante do R$ 1; CEO vê oportunidades para futuro da empresa
As ações da Automob (AMOB3), fruto da cisão das concessionárias de automóveis do grupo Simpar (SIMH3), estrearam na bolsa com uma particularidade: cotadas abaixo de R$ 1, ou seja, como penny stock.
De acordo com as regras da B3, os papéis não podem negociar por menos de R$ 1 por mais de 30 sessões seguidas. É uma medida para evitar distorções no mercado.
Em entrevista ao Money Times, o CEO da companhia, Antônio Barreto Junior, afirmou que a precificação se deve à metodologia de cisão definida em acordo com a B3.
“A regra de deságio para o primeiro dia de negociação foi baseada no Ebitda de 2023. Como o resultado das concessionárias do agro da Vamos estavam sofrendo e o consolidado naquele ano foi próximo a zero, o valor de deságio foi simbólico”, afirma.
Ainda segundo ele, o valor é simbólico e o preço de tela convergirá para um patamar alinhado ao verdadeiro potencial da companhia.
Apesar disso, nesta sessão o papel voltava a cair.
Nesta segunda-feira (30), a ação fechou em queda de 2,86%, na liderança das perdas do Ibovespa. A empresa até estreou na bolsa com disparada de 217%, a R$ 0,47. Mas de lá para cá, tombou 27,66%, a R$ 0,34, ainda distante do R$ 1.
Oportunidades na mesa
No Giro do Mercado, programa que vai de segunda a sexta no Youtube do Money Times, o CEO disse que vê momento de fragilidade do setor agrícola como uma oportunidade para crescimento e consolidação.
O ano de 2024 do agronegócio ficou marcado por margens comprimidas para commodities agrícolas, o que afetou a rentabilidade dos produtores rurais e de empresas.
Também foi visto um aumento dos pedidos de recuperação judicial no setor, incluindo o da AgroGalaxy (AGXY3), considerado como um dos mais notórios do ano no setor.
Veja a entrevista completa abaixo:
Segundo Barreto, a Automob, que atua no segmento de concessionárias de veículos, incluindo veículos leves, caminhões, linha amarela e máquinas agrícolas, enxerga 0 momento como uma oportunidade para ocupar espaços deixados por concorrentes que não se saíram bem e para realizar aquisições estratégicas.
O CEO aponta que a diversificação da empresa, com o negócio do agro não sendo majoritário, diminui o risco.
Em relação à alta da Selic, Barreto diz que empresa reconhece a importância do crédito para a venda de carros e que busca as melhores ofertas de crédito para seus clientes.