Austrália não quer a criptomoeda Libra em seu país
Em uma apresentação ao Comitê Especial do Senado sobre Tecnologia Financeira e Regulatória, o Banco de Reserva da Austrália (RBA) destacou por que não acredita que o país deva permitir que a Libra seja lançado em seu território.
“O G7 […] percebeu que tais propostas trazem riscos legais e regulatórios significativos, incluindo proteção a clientes/investidores, privacidade de dados, política monetária e estabilidade financeira. Portanto, alertou que iniciativas de stablecoins globais do setor privado não podem ser lançadas até todos os requisitos legais e de risco forem definidos. O Banco apoia essa visão”, afirmou o RBA.
Em outras palavras, o banco central não acredita que a Libra deva ser lançada nacionalmente, ao menos que os possíveis riscos de uma criptomoeda global e emitida por uma empresa tenham sido completamente analisados e existam regulações rigorosas para administrar tal sistema de pagamentos.
RBA questiona a demanda australiana por Libra
Além de sugerir uma estrutura regulatória robusta sob a qual Libra e stablecoins parecidas e emitidas por empresas devem ser administradas, o RBA afirmou que não acredita que haveria demanda suficiente pela criptomoeda na Austrália.
“Na Austrália, não se sabe se haverá forte demanda por stablecoins globais mesmo se estas estiverem em conformidade com os requisitos regulatórios, principalmente para pagamentos domésticos”, declarou o banco.
Também acredita que australianos já estão bem satisfeitos com sistemas de pagamento já existentes e regulados que fornecem pagamentos eficazes e de baixo custo ao consumidor.
O RBA reconhece que existe espaço para melhoria no mercado de pagamentos internacional. No entanto, acredita que um número de entrantes desbancarizados recém-digitais permite que australianos façam transferências internacionais de dinheiro mais baratas e mais rápidas.
Por fim, o RBA também declarou que não acredita que uma moeda digital de banco central (CBDC) faça sentido aos consumidores australianos a essa altura. No entanto, a considera uma possibilidade para o mercado internacional como um todo.
“Atualmente, o Banco não está considerando uma CBDC para uso de varejo […]. Existe pouca demanda desse ativo pela população, pois já têm um bom acesso a dinheiro digital na forma de depósitos bancários comerciais”, afirmou o banco.
“[No entanto, o RBA] percebe a disponibilidade de um token de acordo como um todo baseado na tecnologia de registro distribuído, que permitiria processos e acordos de pagamento e se tornaria mais integrado com outros processos comerciais.”