Austrália anuncia seu roadmap de blockchain
Agricultura, manufatura e energia renovável são um prato cheio para a ruptura alimentada por blockchain, de acordo com uma nova estratégia nacional do governo australiano.
O roadmap (roteiro de desenvolvimento) de 52 páginas, disponibilizado na semana passada, sinaliza as mudanças à regulamentação, à educação e ao investimento que são necessárias para tornar a Austrália em uma líder internacional de blockchain.
Ao se posicionar nessa tecnologia emergente, o governo almeja impulsionar a economia e gerar cerca de US$ 175 bilhões em valor para empresas australianas até 2025, e mais do que US$ 3 trilhões até 2030.
Vinho no blockchain
Atualmente, a tecnologia de blockchain é usada pelas indústrias financeira e de seguros da Austrália.
Projetos em desenvolvimento incluem uma infraestrutura de pós-negociação baseada em blockchain para o mercado acionário da Austrália. Isso vai substituir o atual sistema antigo sendo usado para realizar compensações, acordos e serviços de pós-negociação.
Perth Minth, a maior refinaria de ouro recém-minerado do mundo, está trabalhando com Infinigold, empresa de digitalização de metais preciosos, para criar a Perth Mint Gold Token (PGMT).
Além desses casos de uso, a estratégia destaca várias indústrias fora do setor financeiro que podem se beneficiar da integração de blockchain.
Cadeias de fornecimento agrícola na indústria vinícola, que sofreram perdas de falsificação de AU$ 1,68 bilhão em 2017, podem tomar vantagem das eficiências de transparência de compartilhamento de dados do blockchain.
Ao usar o blockchain para rastrear inventários e facilitar pagamentos automáticos entre membro de cadeias de fornecimento, a indústria vinícola poderia, possivelmente, poupar dinheiro e melhorar a produtividade geral.
Outras indústrias, incluindo empresas de credenciamento e de ensino superior, também irão se beneficiar ao conseguirem provar autenticidade. Embora há inúmeras oportunidades de crescimento para blockchain, pouco se fala sobre criptomoedas.
O relatório menciona brevemente as 30 empresas na cidade de Agnes Water, em Queensland, e 1770 que aceitam criptoativos como uma forma de pagamento, mas não sugere como será o desenrolar dessa adesão.
No entanto, reconhece que a erosão de confiança em redes sociais, bancos e governos significa que “blockchain e outras tecnologias descentralizadas estão tendo mais preferência do que intermediários tradicionais”.