Auren Energia (AURE3): XP eleva recomendação para compra e vê potencial de quase 40% para as ações
As ações da Auren Energia (AURE3) despontaram entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) já nos primeiros minutos do pregão desta quarta-feira (4), mas perderam o fôlego ao longo da sessão.
AURE3 terminou o dia com baixa de 1,25%, a R$ 9,50. Na máxima do dia, os papéis registraram ganhos de 4,47% (R$ 10,05). Acompanhe o Tempo Real.
O motivo por trás da breve alta é a elevação da recomendação de neutra para compra pela XP Investimentos, com preço-alvo de R$ 13,30 por ação — o que representa um potencial de valorização de 38,3% sobre o preço de fechamento da última terça-feira (3).
Segundo os analistas, a revisão positiva considera, entre outros fatores, a recente fusão com os ativos da AES Brasil — que, na avaliação deles, pode reduzir o custo da dívida da companhia.
Apesar do avanço hoje, os papéis da Auren acumulam baixa de quase 25% no ano.
Para a XP, “o preço das ações foi afetado pela perspectiva de menores pagamentos de dividendos nos próximos anos, após vários anos de alto rendimento de dividendos, o que impactou sua base de acionistas de varejo”.
Além disso, os ativos da Auren foram fortemente impactados pelo aumento do curtailment [capacidade de geração de energia] implementado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Mas a companhia não é a única com desempenho negativo no setor de geração de energia.
Segundo a XP, todas as empresas foram significativamente impactadas pela recente queda do mercado, levando a taxas internas de retorno (TIRs) reais alavancadas “extremamente descontadas”.
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Por que comprar as ações AURE3?
Nas contas dos analistas da XP, as ações da Auren Brasil estão “atraentes” com uma taxa interna de retorno (TIR) real de 19,1% — acima da média do setor, que é de aproximadamente 12%.
“Apesar de um cenário desafiador em relação ao curtailment no curto a médio prazo e alta alavancagem após a aquisição da AES, vemos as ações sendo negociadas muito descontadas”, escrevem Vladimir Pinto e Bruno Vidal em relatório.
Além disso, os analistas apontam três motivos para a recomendação de compra dos papéis.
O primeiro deles é a aquisição recente da AES Brasil. O processo de fusão entre as companhias foi concluído no final de outubro.
“Acreditamos que a Auren pode criar valor ao aprimorar as usinas de energia renovável da AES Brasil e reduzir seu custo de dívida”
Por outro lado, os analistas consideram que a grande base hidrelétrica da AES é “particularmente vantajosa” em um cenário onde a flexibilidade tornou-se um ativo crítico.
“Embora exista a possibilidade de extensão dos direitos de concessão para usinas hidrelétricas (provavelmente com uma taxa associada), atualmente não há uma definição clara sobre essa questão”, dizem em relatório.
O portfólio diversificado da companhia é o segundo fator positivo, na visão da XP. A Auren combina fontes renováveis intermitentes (eólica e solar) com ativos hidrelétricos flexíveis.
“Essa diversificação permite que a Auren otimize seu portfólio e gerencie efetivamente seu balanço energético, tornando-se ainda mais relevante em um cenário de aumento do curtailment”, escrevem Vladimir Pinto e Bruno Vidal.
Os analistas ainda consideraram a parceria da Auren com a Vivo (VIVT3) para atender clientes varejistas no mercado livre.
“Acreditamos que esse movimento estratégico é sensato, pois o principal desafio nesse mercado reside em atender eficientemente essa nova base de clientes a um custo razoável, especialmente quando iniciativas digitais sozinhas podem não ser suficientes.”