Auren (AURE3) nas mínimas: Os fatores que fizeram ação cair até 6% após resultados
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A Auren (AURE3) saiu da regra de que elétricas são mais estáveis e chegou a cair mais de 6% no pregão desta terça-feira (25). Por volta das 13h16, o papel tinha queda de 2,76%, a R$ 8,44.
Nesse trimestre, a empresa foi colocada a prova ao ser o primeiro balanço após a companhia comprar a AES Brasil. E justamente por isso, o mercado estava de olhos atentos para a sua alavancagem (dívidas) e o impacto da compra, que colocou a Auren entre as maiores produtoras de energia do Brasil (mas também ajudou a endividá-la).
A companhia terminou o período com 5,7 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda ajustado, dada a sua operação alavancada para a aquisição. Na subsidiária Auren Operações, a relação chegou a 4,15x dívida líquida/Ebitda Ajustado ante o limite do covenant (obrigações que se aplicam aos tomadores de crédito) de 4,5x.
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Apesar disso, a Genial recorda que as agências de classificação de risco de forma geral veem uma perspectiva estável, o que reitera maior confiança financeira em relação à companhia.
No ano, a ação cai 3,14% e com a queda de hoje se aproxima das mínimas desde que estreou na bolsa, em 2022.
Auren: Cenário macro atrapalha
Segundo a Genial, o problema é o cenário macro que se desenha. A corretora cita dois pontos de atenção:
- continuidade da eficiência operacional;
- captura dos ganhos de sinergia, ou seja, os benefícios resultantes da combinação de duas ou mais empresas.
“Dado patamar atual da taxa Selic em 13,25% e curvas de juros precificando em média 14,50%, concluímos que o papel de AURE3 deverá ser fortemente impactado pelo cenário macroeconômico. Tal fator, torna a tese essencialmente sensível a desdobramentos de uma deterioração ou melhora desse cenário”.
O BTG vai pelo mesmo caminho ao afirmar que a taxa de alavancagem da Auren e taxas de longo prazo mais altas pressionaram o patrimônio da empresa.
“Esperamos que o nome seja altamente correlacionado às condições financeiras do país. Mas os microfundamentos devem prevalecer no longo prazo”, diz.
O BTG manteve a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 14,50, potencial de alta de 70% ante a abertura.
Copo meio cheio ou meio vazio
Para o Itaú BBA, os números foram negativos. Segundo a corretora, os resultados da empresa foram impactados negativamente pelos efeitos de redução, que, juntamente com a decisão da Auren de alocar mais de sua energia firme no início do ano e uma contribuição suave de seu braço de comercialização de energia, contribuíram para a perda.
Já o Safra diz que é preciso paciência, já que a recuperação está apenas no começo.
“Os resultados operacionais da Auren foram fracos em comparação com nossas estimativas, mas lembramos que esta é a primeira vez que a Auren reporta seus números consolidados com a recentemente adquirida AES Brasil”.
Os analistas dizem que os baixos resultados de negociação e os impactos da restrição expliquem em grande parte a diferença em relação às estimativas.
“Notamos que a empresa está no início de um processo de consolidação e benefícios mais significativos do processo de recuperação devem aparecer mais tarde em 2025”.
A recomendação é de compra com preço-alvo de R$ 17, potencial de alta de 96%.