Aura Minerals (AURA33): Por que Itaú BBA ainda vê potencial, apesar de 2T22 fraco?
O Itaú BBA atualizou o preço-alvo do BDR (Brazilian Depositary Receipt, certificado emitido no Brasil que possui como lastro uma ação emitida no exterior) da Aura Minerals (AURA33) para R$ 50 ao fim de 2023, ante R$ 52 estimado para 2022.
A recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a compra) foi mantida após a conversa com Rodrigo Barbosa e Kleber Cardoso, respectivamente CEO e CFO da companhia.
Durante a reunião com o BBA, a alta administração da Aura disse estar focada em desbloquear valor por meio de crescimento, com destaque para três principais pilares:
- entrega de crescimento dos projetos;
- continuidade de perfurações e trabalhos de exploração para melhorar o tempo de vida da mina; e
- aumento de produção para acima de 600-700 mil GEO (onças equivalentes a ouro) no longo prazo, incluindo potenciais M&A (fusões e aquisições).
“O Sr. Barbosa mencionou que companhias de ouro com níveis de produção acima de 600 mil GEO por ano são negociadas a múltiplos maiores (aproximadamente 0,7-0,8 vez P/NAV [preço sobre valor líquido do ativo]) do que produtores menores (cerca de 0,4-0,5 vez P/NAV)”, comenta a equipe de análise de siderurgia e mineração do BBA.
“Ele vê a Aura negociada a 0,3 vez P/NAV”, completam os analistas.
Segundo o BBA, o terceiro pilar pode levar a um re-rating para a Aura.
Futuro promissor
A administração da mineradora está confiante de que alcançará a alta qualidade da zona do Elefante no poço de Ernesto logo mais, o que deve acelerar o ritmo de produção de ouro no segundo semestre de 2022, destaca o BBA.
“A Aura tem conduzido trabalhos de perfuração e exploração no complexo, o que aponta para a existência de uma potencial zona mineralizada em xisto que pode ser contígua às minas Lavrinha e Nosde, ou até mesmo a todas as zonas de minério, formando um ‘super poço'”, comenta a instituição.
Isso, se confirmado, pode aumentar o tempo de vida do EPP (Ernesto/Pau-a-Pique) e adicionar valor significativo ao complexo, acrescenta o BBA.
A administração também disse ao BBA que está ativamente buscando oportunidades acretivas em aquisições – ativos que podem contribuir para alcançar a produção anual de 600-700 mil GEO no longo prazo.
Os potenciais alvos devem:
- ter ouro ou cobre como principal produção de mineral; e
- ser um ativo em operação ou um projeto em fase inicial a ser executado no longo prazo (cinco ou seis anos).
A Aura teve queda de 30,6% no lucro líquido do segundo trimestre, com o montante totalizando US$ 14,9 milhões por menor receita operacional e perdas cambiais devido à desvalorização da moeda real.
A receita líquida da mineradora totalizou US$ 93,3 milhões no período, queda de 11% no comparativo anual, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 29%, a US$ 30,3 milhões, com margem de 32% (queda de 9 pontos percentuais ano a ano).
Na época da divulgação dos resultados, o BBA classificou os números como negativos, citando uma performance de custos fraca.
A Aura chegou a revisar seu guidance de produção para baixo, a 260-275 mil GEO para 2022 (de 260-290 mil GEO anteriormente), por conta de San Andrés.
A geração de caixa também foi ruim, mas a mineradora conseguiu manter uma posição de caixa líquida saudável de US$ 10,3 milhões, de acordo com o BBA.
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