Economia

Aumento de Selic na mesa: O alerta de Galípolo para dados ‘preocupantes’

12 ago 2024, 15:34 - atualizado em 12 ago 2024, 17:27
Galípolo
Em outro momento, o diretor disse que o cenário atual é desconfortável para o cumprimento da meta de inflação (Imagem: Warren/Divulgação)

O diretor de política monetária do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, voltou a dizer em evento da Warren, em São Paulo, que o aumento da taxa básica de juro, a Selic, está na mesa e que os dados recentes estão ‘incomodando’ a autoridade monetária.

“Isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa, sim, do Copom e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse.

Em outro momento, o diretor disse que o cenário atual é desconfortável para o cumprimento da meta de inflação, também apontando que dados mais recentes de inflação levantaram alertas e pontos de preocupação.

Galípolo reafirmou que seria um equívoco estabelecer uma relação mecânica entre o nível do câmbio e a política monetária. Segundo ele, outras variáveis já vinham incomodando o BC, como a desancoragem das expectativas, o mercado de trabalho apertado e o ritmo de expansão do mercado de crédito.

Ganho de credibilidade

Galípolo disse que é importante para cada membro do BC ganhar ‘credibilidade’, ou seja, ter coerência entre fala e atos, principalmente para alguém que está pouco tempo no cargo. O diretor foi nomeado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no ano passado.

“Eu entendo que os novos diretores precisam ganhar a credibilidade perante a sociedade, perante o mercado, até porque a gente é menos conhecido do que os diretores que estão lá. Inclusive, tentei ao longo do ciclo explicitar isso, o quanto esse ponto é relevante para mim, não sei se tive sucesso em convencer, mas vou ter até março de 2027, que é o meu mandato”, destaca.

Sobre questionamentos políticos, o diretor, que é um dos cotados para assumir o lugar do atual presidente Campos Neto, afirmou que tenta se descontaminar de pressões, “do tipo, vou deixar de fazer algo ou vou fazer algo pela preocupação de uma eventual leitura“.

“Você tem um grande risco de ficar empilhando decisões ruins e dificultar que consiga passar uma leitura mais clara para o mercado do que é a sua função”, colocou.

Campos Neto é um dos principais alvos do presidente Lula, que critica o tamanho dos juros no Brasil, hoje em 10,50%. É esperado que com a nomeação de um novo presidente de BC, agora indicado pelo próprio Lula, o ruído entre o Governo e a instituição diminua.

O presidente terá até o final do ano para indicar o novo BC.

Com Reuters

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