Bitcoin (BTC)

Aumenta a repressão às criptomoedas na Ásia

17 jan 2018, 15:35 - atualizado em 17 jan 2018, 15:37

No decorrer deste mês, uma série de criptomoedas amplamente negociadas sofreu grandes correções, à medida que as autoridades asiáticas intensificam sua repressão nas plataformas e corretores de criptomoedas.

Os preços das criptomoedas caíram na quinta-feira passada, após relatos de que a Coreia do Sul pode estar se preparando para proibir todo o comércio de moeda virtual nesse país. Muitos ficaram chocados com a notícia, uma vez que a Ásia tem sido um foco do que foi rotulado de febre cripto. Outros achavam impossível imaginar:

Antes que esses relatos começassem a circular, o bitcoin estava sendo negociado em US$ 14.896,00, atualmente está em US$ 11.010,00. O ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo em capitalização de mercado, está em US$ 994,30, tendo caído de US$ 1.248,00, e o ripple está sendo negociado em US$ 1,15900, abaixo dos US$ 1,92000.

No fim de semana passado o banco central da Indonésia emitiu um aviso sobre as moedas digitais e pediu aos investidores que se abstenham de possuir, vender ou negociar os tokens. Ontem, surgiram relatos adicionais, desta vez da China. A Bloomberg informou que o país está aumentando sua repressão contra a negociação de criptomoedas, com foco emplataformas online e aplicativos móveis que oferecem serviços semelhantes ao de exchanges.

Apesar da escalada do escrutínio dos governos, os mercados parecem ter reagido seletivamente. Susan Zhou, de Hong Kong e COO da Qlink, uma rede móvel descentralizada, ressalta que nem todas as criptomoedas sofreram grandes correções.

“Alguns tokens aumentaram até 10 vezes durante os quinze dias de janeiro de 2018. O valor de um token ou criptomoeda é construído sobre o projeto, envolvendo a implementação, parceria, uso comercial e, claro, a capacidade de mercado da equipe. Veremos vários tokens com desempenho excepcional este ano. A julgar pela linha de tempo de todo o lançamento, desenvolvimento e emprego do produto, teremos outro ano de alta em 2018. “

Zhou acredita que os governos asiáticos estão agindo com prudência. Seguindo as ações da China, ela prevê que mais países decretem padrões mais rígidos de negociação de criptomoedas.

“Acho que é uma oportunidade para certos países construírem uma regulamentação robusta como modelo. O mercado de criptomoedas e as tecnologias blockchain são uma nova força para cada economia, e eles devem apoiar e lutar por elas, em vez de eliminar. Um entendimento total e regulamentação adequada seriam mais apropriados. Estamos ansiosos para ver mais melhorias “.

A China é excessivamente controladora?

Um crítico acredita que a repressão na Ásia está tendo um impacto negativo em seus mercados. Sergei Sevriugin, CEO e fundador da plataforma de compartilhamento de risco, REGA, diz que é lamentável para a comunidade de criptomoedas que “a China planeja controlar as criptomoedas da mesma maneira que faz com a Internet”. Sevriugin ressalta que a China era um enorme mercado de cripto e ICOs, e que nos últimos meses diminuiu devido aos esforços das autoridades governamentais.

Alex Mashinsky, fundador e CEO da Celsius Network vai um pouco mais fundo e aponta algumas das razões pelas quais isso pode estar acontecendo agora. Ele explica que, durante muitos anos, os mineradores abusaram dos preços da eletricidade subsidiada da China para ganhar um monopólio virtual sobre a prova de trabalho de mineração.

Recentemente, o governo chinês decidiu reprimir este abuso, já que a mineração de criptomoedas não soma no PIB industrial chinês, e esse é o motivo pelo qual o governo subsidiou a eletricidade em primeiro lugar. Esse desenvolvimento é bom para a comunidade de cripto, pois obriga os mineradores a se mudar para outros locais onde a energia hidrelétrica limpa é abundante e disponível “.

Mashinsky observa que rumores como esse já circularam antes e é natural que os governos desejem exercitar seu controle sobre esse mercado novo e bastante desregulamentado. Ele acrescenta que tentar proibir completamente as criptomoedas é contraproducente e fútil, e os players legítimos no mundo das criptomoedas acolhem com prazer as regulamentações e diretrizes do governo, pois isso proporcionará clareza e estabilidade aos mercados.

Quais são os motivos da China?

Scott Nelson, CEO da Sweetbridge, uma plataforma que permite aos usuários pegar dinheiro emprestado de si mesmo com garantia de seus próprios ativos, através de contratos inteligentes, explica que a China quer encontrar maneiras de controlar seu fluxo de moeda, evitando a criação de mercados alternativos que possam criar comércio não tributável.

De acordo com Nelson, as ações recentes fazem sentido para uma economia centralizada que teme perder o controle. Ele acredita que isso, provavelmente, não se mostrará efetivo a longo prazo. A curto prazo, acrescenta Nelson, há muito dinheiro amarrado em criptomoedas na China, que terá que encontrar algum lugar para ir. É improvável que as restrições atuais tenham mais do que um efeito temporário sobre a valoração das criptomoedas.

Mashinsky diz:

“Teremos que esperar e ver quais são os verdadeiros motivos da China nas próximas semanas e meses, pois parece que não estão focados nas transações P2P individuais. Em vez disso, estão procurando evitar a evasão fiscal, a especulação e a lavagem de dinheiro”.

Enquanto isso, como ficam os investidores que estão considerando investimentos em criptomoedas? HODL (segure firme) ou espere até que políticas reguladoras mais claras sejam adotadas? Nelson diz:

“Estes são mercados complexos, e qualquer previsão provavelmente afetará o sentimento de curto prazo, porque é um mercado que a maioria dos investidores não entende. Com os profetas do apocalipse de um lado e os criptofanáticos do outro, algumas pessoas estão nervosas porque não sabem em quem acreditar, o que torna o mercado mais volátil “.

É inevitável que os governos eventualmente se envolvam na regulamentação de como as moedas digitais são negociadas, ele conclui, se por outros motivos que não sejam a receita fiscal e a proteção do comprador.

Por Investing.com (Tanzeel Akhtar)

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