Justiça

Augusto Aras anuncia subprocuradora Lindora Araújo como nova coordenadora da Lava Jato na PGR

23 jan 2020, 19:53 - atualizado em 23 jan 2020, 19:53
Augusto Aras
A indicação de Lindora foi confirmada em nota da assessoria de imprensa da PGR (imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, anunciou na noite desta quinta-feira a subprocuradora-geral da República Lindora Maria Araújo como nova coordenadora do grupo da operação Lava Jato que atua na Procuradoria-Geral da República (PGR), após a decisão do atual ocupante do cargo, o subprocurador José Adônis Callou de Araújo Sá, de pedir demissão.

A indicação de Lindora foi confirmada em nota da assessoria de imprensa da PGR.

A equipe da Lava Jato será ainda reforçada com a chegada dos procuradores regionais Raquel Branquinho e Vladimir Aras, disse a nota.

Reportagem publicada pelo site O Globo que revelou o pedido de demissão de Araújo Sá relata que o motivo da saída dele teria sido a promessa não cumprida pelo procurador-geral da República, de liberdade na condução dos casos da operação na PGR, responsável por atuar contra autoridades perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

A assessoria de imprensa da PGR não se manifestou na nota à imprensa sobre o motivo da saída de Araújo Sá.

Segundo a nota, Lindora Araújo vai acumular a nova função com a de integrante da equipe da gestão da PGR como secretária da Função Penal Originária no Superior Tribunal de Justiça.

Esse cargo é responsável por conduzir investigações criminais contra governadores, por exemplo.

“Ela vai conciliar as duas funções. Todos os demais integrantes do GT (grupo de trabalho) permanecem na equipe, o que demonstra coesão do grupo e garante a continuidade dos trabalhos planejados e executados nos últimos quatro meses”, destacou a nota.

Augusto Aras
Um integrante do MPF com trânsito na carreira afirmou, sob a condição do anonimato, que a nova coordenadora é da geração de Augusto Aras e tida como procuradora conservadora (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Araújo Sá havia sido ungido ao cargo por Augusto Aras em outubro do ano passado.

Aras foi escolhido para comandar a PGR pelo presidente Jair Bolsonaro, escolha essa que foi criticada em parte por integrantes do Ministério Público Federal por ter sido feita à revelia da lista tríplice da associação da categoria.

Essa lista vinha balizando as escolhas para PGR desde 2003, no primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Meio-campo

Um integrante do MPF com trânsito na carreira afirmou, sob a condição do anonimato, que a nova coordenadora é da geração de Augusto Aras e tida como procuradora conservadora e de personalidade “muito forte”. Ele disse duvidar que ela aceitasse o convite para coordenar o grupo sem carta branca.

“Pode dar certo, desde que alguém faça o meio-campo com a base da Lava Jato”, disse essa fonte. Ela avaliou que Vladimir Aras –primo de Augusto– pode ajudar nessa tarefa, mesmo não sendo do mesmo grupo dele dentro do MPF.

Outro procurador da República que conhece Araújo Sá afirmou, também sob a condição do anonimato, que era previsível que a saída dele ocorresse.

Ele disse que não teria como Augusto Aras cortejar todo mundo, agradando o presidente de um lado e internamente os colegas do MPF por outro. Araújo Sá, destacou, que sempre foi um nome bem-visto na carreira e poderia sim deixar o cargo se eventualmente tivesse uma interferência em seu trabalho.

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