Atuação digital salva o Banco Pan no segundo trimestre e vira arma para crescer
Apesar da queda de alguns números importantes, o Banco Pan (BPAN4) se saiu bem no segundo trimestre, dada a forte freada da economia, na esteira da pandemia de coronavírus.
Mas, o mais precioso foi constatar que a instituição tem poder de fogo para transformar a boa atuação no mundo digital em sua principal arma para crescer no pós-Covid-19.
A avaliação é de Luis Azevedo e Silvio Dória, que assinam o relatório do Banco Safra sobre o assunto.
Do lado positivo, a dupla destaca o lucro líquido de R$ 144 milhões, 22,4% maior que o de um ano atrás, e 26% acima da estimativa do Safra. Em contrapartida, a cifra representa uma queda de 15% sobre o primeiro trimestre.
Além disso, o banco não conseguiu aumentar sua lucratividade, quando se olha pelo ROAE (retorno médio sobre patrimônio). O indicador ficou em 11,3%, praticamente empatado com o mesmo período do ano passado.
Trunfo
Mas, o que mereceu os maiores comentários positivos foi o crescimento das operações digitais do Banco Pan. “A formalização de [operações] de crédito, via plataforma digital, cresceu significativamente”, afirma o Safra. Os analistas acrescentam que, no segundo trimestre, 90% dos contratos de financiamento para compra de automóveis foram fechados digitalmente.
No nicho de folhas de pagamento e originação de cartões de crédito, a participação do online nos novos contratos é menor, mas expressiva: 66% e 69¨% (respectivamente).
Entre abril e junho, o Pan conquistou cerca de 179 mil clientes por mês. Assim, encerrou o trimestre com uma base de 5,7 milhões de correntistas. É um contingente 24% maior que em março, e 8% superior na comparação anual.
Segundo os analistas, essa expansão só foi possível, devido à “estratégia bem-sucedida do banco na área digital, focada no púbico de média e baixa renda, o que pode gerar oportunidades de vendas cruzadas.”
“Acima de tudo, cremos que a plataforma digital do Banco Pan o capacitaria para retomar o crescimento, quando a economia se recuperar”, acrescentam, para, em seguida, reforçar a recomendação outperform para as ações (desempenho esperado acima da média), com preço-alvo de R$ 12 para este ano, o que implica uma valorização potencial de 27% sobre o fechamento de sexta-feira (7).