Economia

Atuação assertiva do BC é necessária para que inflação convirja à meta, diz diretora Guardado

21 jun 2022, 17:08 - atualizado em 21 jun 2022, 17:08
Sede do Banco Central em Brasília
A diretora avaliou que os próximos trimestres devem ser de desaceleração no mundo, com moderação no crescimento do Brasil após uma alta do PIB (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A atuação “assertiva” do Banco Central é necessária para levar a inflação à meta em um ambiente com desvios nas expectativas, disse nesta terça-feira a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos​ do Banco Central, Fernanda Guardado.

Em evento promovido pelo governo brasileiro e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Guardado também afirmou que o atual cenário mundial exige dos bancos centrais atuação mais forte e aperto da política monetária em economias avançadas para evitar que a inflação em patamar elevado não se torne permanente.

“Em um ambiente em que as expectativas de inflação mostram desvio de suas metas no horizonte relevante da política monetária, a atuação assertiva do BC é necessária para garantir que a inflação entre em trajetória de desaceleração e convirja para a meta ao longo dos próximos trimestres”, disse.

De acordo com a diretora, o mundo observa uma reversão de estímulos monetários e fiscais nos países após o arrefecimento da pandemia de Covid-19, com preocupação também sobre mudanças nas expectativas dos consumidores.

“Esse estado econômico requer dos bancos centrais uma atuação mais forte e o aperto da política monetária também em países desenvolvidos para garantir que não se migre para um estado de inflação permanentemente mais alta”, disse.

Guardado afirmou que essa sincronia mundial com retirada de estímulos introduz riscos adicionais, mantendo ambiente de incerteza “à medida que as economias se ajustam a um ambiente global de taxas de juros mais altas”.

A diretora avaliou que os próximos trimestres devem ser de desaceleração no mundo, com moderação no crescimento do Brasil após uma alta do PIB acima do esperado no início do ano.

Ela destacou que parte importante do ajuste na Selic feito pelo BC ainda não teve tempo para agir sobre a inflação.

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