Economia

Atraso na vacinação custará 270 mil empregos e 1,5 ponto do PIB ao Brasil

15 jan 2021, 17:03 - atualizado em 15 jan 2021, 17:03
Vacinas Coronavírus
Múltiplos desafios: além das vacinas, governo ainda corre atrás de insumos como seringas e agulhas (Imagem: Divulgação/Ricardo Nunes/MS)

A Asa Investments, gestora do Grupo Safra liderada por Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional, calcula que o crescimento do PIB, em 2021, pode ser mutilado em 1,5 ponto percentual neste ano, por causa da demora do governo em iniciar a vacinação em massa contra o coronavírus.

Além disso, a Asa estima que 270 mil empregos poderão deixar de ser gerados neste ano, porque, sem a imunização do percentual adequado de brasileiros, medidas de isolamento social continuarão prejudicando setores importantes, como o varejo e os serviços.

Em seu cenário básico, a Asa estima que a vacinação comece no fim de janeiro. No ritmo de 700 mil pessoas por dia, a gestora calcula que seriam necessários cinco meses para o Brasil imunizar todos os grupos prioritários, como profissionais da saúde e idosos.

Assim, haveria chances de as medidas de isolamento social começarem a ser relaxadas no terceiro trimestre. Nessa situação, o cenário básico da Asa projeta um crescimento de 2,2% para o PIB neste ano.

Experiência acumulada

Mas o cenário piora, à medida que o início da vacinação é adiado. “Um simples exercício contrafactual, por exemplo, sugere que, em um trimestre, a manutenção de um nível de redução de mobilidade tal como o observado agora no Brasil reduz o PIB naquele trimestre entre 1 a 1,5 ponto percentual, na comparação trimestral dessazonalizada”, afirma o relatório da Asa.

“Como nosso cenário base é de crescimento do PIB de 2,2% em 2021, poderíamos cair para um crescimento em torno de 1,5%, com consequente elevação da taxa de desemprego esperado para o ano em torno de 0,3 pontos percentuais (270 mil empregos gerado a menos)”, acrescenta a gestora.