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Atraso de pagamentos a fornecedores agrava crise da Pemex

26 nov 2019, 16:20 - atualizado em 26 nov 2019, 16:20
O presidente já havia prometido resgatar a Pemex da enorme dívida e da prolongada queda da produção (Imagem: Pemex)

Empresas que ajudam a manter os irregulares poços de petróleo do México operando aguardam pagamentos há meses, e as dívidas continuam se acumulando, o que complica os planos de recuperar um setor cuja produção caiu pela metade desde 2004.

A Petróleos Mexicanos, que enfrenta pressão do governo para reduzir os gastos, adiou alguns pagamentos a terceirizados por até sete meses. O resultado: bens e serviços se tornam mais escassos, e fornecedores enfrentam cada vez mais dificuldade em conseguir financiamento.

“Investidores e agências de classificação de risco não confiam no que a Pemex está fazendo no setor“, disse Sergio Suárez Toriello, diretor de estratégia da Marinsa de Mexico, que presta serviços para a Pemex.

“Portanto, esse é o maior risco para fornecedores: obter acesso a recursos e financiamento para capital de giro e investimentos.”

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, faz pressão para encerrar o ano com superávit em todo o governo, e esse esforço tem atrasado pagamentos da Pemex, pessoas com conhecimento do assunto disseram à Bloomberg.

O presidente já havia prometido resgatar a Pemex da enorme dívida e da prolongada queda da produção. A Pemex tem uma dívida de cerca de US$ 100 bilhões, a maior entre grandes petroleiras globais.

A Pemex deve à Marinsa, que fornece serviços para plataformas de perfuração marítima do México, 155 milhões de pesos (US$ 8 milhões), segundo Suárez Toriello. A empresa aguarda, há sete meses, cerca de 47 milhões de pesos dessa dívida em contratos de logística, disse. O valor restante está em atraso há cerca de três a quatro meses.

A Marinsa não está sozinha. Outro prestador de serviços internacional com presença estabelecida no México espera pagamentos há mais de três meses, disse uma pessoa com conhecimento das contas que pediu para não ser identificada.

Nem a Pemex nem o Ministério da Fazenda responderam pedidos de comentários.

Desde que o colapso global dos preços do petróleo levou a Pemex a fazer demissões e a cancelar contratos em 2016, “o processo de pagamento da Pemex mudou muito”, disse Suárez Toriello.

“Não é bom ou normal, mas é uma dinâmica com a qual vivemos nos últimos dois anos.”

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