Política

Atos a favor e contra Bolsonaro geram conflito em São Paulo

31 maio 2020, 19:55 - atualizado em 31 maio 2020, 20:09
São Paulo Conflito
Atos a favor e contra Bolsonaro ocorreram em São Paulo, epicentro da pandemia do Covid-19 no país, a partir do início da tarde (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

O presidente Jair Bolsonaro cumprimentou apoiadores que se aglomeraram neste domingo em frente ao Palácio do Planalto, contrariando as orientações para conter a epidemia de coronavírus, e chegou a montar em um cavalo.

O presidente sobrevoou a manifestação em um helicóptero e em seguida desceu no local, provocando aglomerações. Ele cumprimentou algumas pessoas e pegou crianças no colo sem usar máscara. Entre os apoiadores, alguns carregavam cartazes em repúdio ao Supremo, como “abaixo a ditadura do STF“. Um manifestante levava uma bandeira do Brasil com a frase “intervenção no STF e Congresso“.

Depois de andar de uma ponta a outra da Praça dos Três Poderes, Bolsonaro decidiu montar em um cavalo da polícia que fazia a segurança da manifestação, dando galopes em determinado momento.

Em Brasília, o presidente sobrevoou a manifestação em um helicóptero e em seguida desceu no local, provocando aglomerações (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Em seguida, voltou ao helicóptero para retornar à residência oficial, o Palácio da Alvorada.

Junto a um vídeo com as cenas do passeio a cavalo divulgado em suas redes sociais, Bolsonaro escreveu “Estarei onde o povo estiver.”

Atos a favor e contra Bolsonaro também ocorreram em São Paulo, epicentro da pandemia do Covid-19 no país, a partir do início da tarde.

Entretanto, houve conflito entre manifestantes depois com a Polícia Militar na Avenida Paulista, que acabou usando gás lacrimogêneo.

“O objetivo do protesto era bem claro, era a favor da democracia, era fazer uma manifestação pacífica. Porque a gente entende o que está posto no Brasil é uma guerra de narrativas”, disse o organizador do Somos Democracia, Danilo Pássaro.

Ele contou à Agência Brasil que estava combinado com a PM a dispersão às 14h, mas algumas pessoas ficaram na avenida. O grupo reunia, entre outros, torcedores de times de futebol, incluindo de torcidas organizadas.

“No processo democrático, manifestações devem ser respeitadas. Mas posições contrárias não podem ser expressadas com violência nas ruas. O Brasil precisa de paz, diálogo e respeito às instituições para preservar sua democracia”, escreveu o governador de São Paulo, João Doria, em sua conta no Twitter.

Na véspera, o Brasil registrou um novo recorde no número de casos de coronavírus notificados em 24 horas, com 33.274 novas infecções, enquanto o aumento de 956 mortes fez o país totalizar 28.834, passando a ser o quarto no mundo em óbitos pela Covid-19.

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Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, manifestantes de posições divergentes entraram em confronto na Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana, na manhã deste domingo. De um lado estavam apoiadores do governo federal e que protestavam contra o Supremo Tribunal Federal (STF), vestindo roupas verdes e amarelas e levando bandeiras do Brasil.

Na outra pista da avenida, acontecia uma manifestação de um grupo que se autodenominou antifascista, que se vestia de preto, gritava palavras de ordem e carregava faixas contra Bolsonaro. A Polícia Militar usou spray de pimenta e bombas de gás para dispersar os manifestantes.

De acordo, com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, um policial do 19º Batalhão de Polícia Militar (Copacabana) ficou ferido no rosto, após um manifestante jogar uma garrafa contra a equipe e foi encaminhado para o Unidade de Pronto Atendimento de Copacabana. Ainda conforme a secretaria, duas pessoas foram levadas para a 12ª Delegacia de Polícia.

(Com Agência Brasil)