Internacional

Atolado em escândalo, Boris Johnson busca fortalecer autoridade

04 fev 2022, 9:16 - atualizado em 04 fev 2022, 9:16
Johnson tem se recusado repetidamente a renunciar devido a revelações de que ele e alguns de seus aliados participaram de festas na residência oficial de Downing Street (Imagem: REUTERS/Carl Recine)

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, buscava nesta sexta-feira reforçar sua autoridade depois que uma assessora próxima pediu demissão por falsa alegação do premiê de que o líder do Partido Trabalhista, de oposição, não processou um notório abusador sexual infantil.

Johnson, que em 2019 conquistou a mais ampla maioria conservadora desde Margaret Thatcher, tem se recusado repetidamente a renunciar devido a revelações de que ele e alguns de seus aliados participaram de festas na residência oficial de Downing Street durante o lockdown para conter a disseminação da Covid.

Essas revelações levantaram questões sobre o estilo de liderança muitas vezes caótico de Johnson e levaram à maior ameaça a ele desde que assumiu o cargo. Elas ocorrem após uma série de outros escândalos.

Johnson admitiu que problemas precisam ser resolvidos no coração de Downing Street, que serve tanto como sua casa quanto o centro do Estado britânico.

Munira Mirza, sua chefe de política que trabalhou com ele por 14 anos, deixou o cargo na quinta-feira devido à alegação de Johnson de que o líder trabalhista, Keir Starmer, não processou o pedófilo Jimmy Savile durante seu período como diretor de promotoria pública (DPP).

O ministro das Finanças de Johnson, Rishi Sunak, disse incisivamente que ele não teria feito tal observação. Starmer classificou o comentário de Johnson como um insulto ridículo –e teoria da conspiração– que mostra que Johnson não é adequado para ser líder britânico.

Ministros apresentaram três demissões adicionais, seguindo Mirza, como evidência de que Johnson estava resolvendo os problemas em Downing Street e “assumindo o comando”, embora permanecesse uma irritação considerável contra Johnson dentro de seu próprio partido.

“Estou profundamente preocupado com o que está acontecendo”, disse Huw Merriman, parlamentar conservador que preside o comitê seleto de transporte, à rádio BBC.

Merriman disse que, se um primeiro-ministro não se encaixou, ele teria que partir, acrescentando que muitos eleitores conservadores estavam chateados e entristecidos com os recentes eventos nos mais altos níveis do Estado britânico.

Um integrante da unidade política de Johnson também se demitiu na sexta-feira, disse o editor do site Conservative Home. Downing Street se recusou a fazer comentários imediatos.

reuters@moneytimes.com.br