Ativos de alto risco estão “mortos e enterrados”, diz CEO que administra mais de US$ 225 bilhões
Para o gerente do alto escalão que administra uma riqueza de US$ 225 bilhões diz que os ativos de alto risco estão “mortos e enterrados” enquanto o mercado imobiliário em brasa está prestes a esfriar — mas isso não levará os EUA a uma recessão por 3 razões.
O executivo em questão é Peter Mallouk que transformou uma gestora de patrimônio de US$ 34 milhões em uma gigante de US$ 225 bilhões em menos de 20 anos.
Em seu currículo, ele também reúne muitos prêmios de consultoria financeira e os livros que escreveu sobre ajuda financeira (que são considerados sucessos de vendas).
Segredo do sucesso
Parte do sucesso de Mallouk está em fundar e supervisionar a gigante de gestão de patrimônio Creative Planning, a qual vem trazendo um conjunto completo de serviços de impostos, investimentos, contabilidade jurídica e de pequenas empresas, disse o executivo conforme divulgou a Business Insider.
O CEO esteve a frente da gestora de patrimônios quando ela se tornou uma das primeiras empresas a incluir o planejamento financeiro automaticamente nos serviços.
“Pouco mais da metade dos [ativos] está prestando consultoria em planos 401K”, disse o CEO e presidente da Creative Planning. “Há muitos planos 401K muito, muito grandes que custam US$ 500 milhões, ou um bilhão de dólares que também são uma grande parte de nossos ativos.”
Com cerca de metade dos ativos da empresa focados em 401Ks, é natural esperar que os clientes fiquem em pânico, já que o S&P 500 flerta com o território do mercado em baixa, tendo caído 14% desde o início do ano, pontua a Insider.
O 401k é um tipo de plano de previdência corporativa, patrocinado pelo empregador, que existe nos Estados Unidos, criado para incentivar os norte-americanos a pouparem para a aposentadoria.
Impactos nas ações, mas sem desespero
As ações de crescimento sofreram um impacto ainda maior, com nomes como Netflix (NFLX) e Amazon (AMZN) caindo 68% e 33%, respectivamente. Mas a maioria dos clientes permanece calma, disse Mallouk.
“Este mercado de urso é o primeiro mercado de urso tradicional normal que existe em décadas”, disse o executivo.
O chamado mercado de urso é um nome dado a um mercado em baixa, definido como um período prolongado em que os preços dos investimentos despencam pelo menos 20% de sua média histórica. Algo que, para o investidor médio, pode ser tão aterrorizante quanto um urso pardo de dois metros de altura, sendo um sinônimo de más notícias, crises econômicas e negatividade geral.
“Então é, eu acho, um não-evento para a maioria de nossos clientes, para quem este não é seu primeiro rodeio. Eles entendem os mercados, as economias ficam superaquecidas e o Fed tem que aumentar as taxas e há outras coisas no mundo acontecendo e o mercado pode lutar um pouco e depois voltará e eu acho que é assim que nossos clientes estão processo. Nunca vi tanto estoicismo em um mercado em baixa na minha carreira”, acrescenta.
Mercado de urso e o trauma
Os últimos mercados em baixa, o colapso das “ponto com”, a crise financeira e 2020 foram experiências traumatizantes, disse Mallouk. O mercado em baixa em março de 2020 foi particularmente “horrível” por causa da rapidez com que o mercado caiu, sinalizou.
“Se você estava passando pela pandemia e estava fazendo disso uma oportunidade de compra, se você estava coletando impostos, você saiu do outro lado, você se saiu muito bem”, pontou. “Isso não foi há muito tempo, nossos clientes se lembram do que fizemos por eles e nos veem fazendo as mesmas coisas agora.”
Este é um mercado de urso único em comparação com a pandemia do Coronavírus, no entanto. Não é o caso de tudo subir quando a incerteza diminuir, falou o CEO.
“Acho que ativos de alto risco e sem lucro não vão voltar”, afirmou. “Eles estão mortos, estão enterrados. Muitas pessoas pensam que vão comprar e aguentar isso, perderam o dinheiro.”
E o mercado cripto?
Para Mallouk, esse morte representa a maioria das criptomoedas, ações de memes, ações de pequena capitalização sem ganhos e NFTs.
“Agora, o que eu acho que vai voltar são essas empresas com lucros reais, que são a maioria das empresas”, revelou. “Então, acho que o S&P 500, mid cap, e tudo isso vai voltar com tudo, vai apagar todas as suas perdas em um período muito curto de tempo.”
Mas ele não é tão otimista nesse sentido e diz que “não me surpreenderia se piorasse consideravelmente antes de melhorar”.
Setor imobiliário também balança, mas será que cai?
Ele também espera ver um abrandamento no setor imobiliário, que é outra área do mercado que começou a superaquecer quando o Federal Reserve, sistema de bancos centrais dos EUA, desencadeou flexibilização quantitativa para estimular a economia em meio a Covid-19.
“Acho que, à medida que as taxas de juros subirem alguns por cento, isso terá um impacto muito, muito grande na compra de casas”, disse Mallouk.
“Pessoalmente, acho que veremos isso desacelerar. E isso ajudará a desacelerar a economia, porque grande parte da economia está vinculada a isso, e grande parte do efeito riqueza também está vinculado à habitação”, acrescentou.
Sofrimento vem, recessão não
Mesmo que tanto o mercado de ações quanto o mercado imobiliário sofram, Mallouk está confiante de que a força da economia norte-americana evitará uma recessão. “Acho que se houver uma recessão será leve.”
Ele explica que isso se deve a três razões:
- O desemprego é excepcionalmente baixo;
- As pessoas ainda têm muito dinheiro e economias;
- O Federal Reserve tem a capacidade de mudar de rumo.
“Acho que as pessoas em geral têm uma boa confiança de que vamos superar isso”, manifestou o CEO. “Não estou vendo muita preocupação. Nunca passei por um mercado em baixa onde ouvi menos preocupação.”
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