Ativistas pressionam UE para repensar selo de investimento verde para aviação
O grupo ativista Transporte e Meio Ambiente (T&E) pressionou a União Europeia, na sexta-feira, para repensar os planos de rotular certos investimentos em aviação como “verdes”, argumentando que isso arrisca “praticar greenwashing” em milhares de aviões à medida que uma disputa esquenta sobre a regulamentação climática.
O debate está concentrado nas recomendações feitas por conselheiros da União Europeia no ano passado, que disseram que Bruxelas deveria dar um selo ecológico para as aeronaves “melhores de sua classe” produzidas atualmente se substituírem modelos mais antigos e menos eficientes em combustível.
O T&E co-liderou o grupo de conselheiros que elaborou as recomendações, juntamente com a fabricante de aviões Airbus, e inicialmente apoiou os critérios. O grupo renunciou ao cargo de conselheiro do bloco junto com outros grupos sem fins lucrativos em setembro, após uma decisão da União Europeia de rotular os investimentos em gás e energia nuclear como verdes.
Na sexta-feira, o T&E disse à Reuters que aceitou as recomendações do ano passado, alegando que algum progresso era melhor do que nenhum. Mas agora que a Comissão os estava revisando, havia uma oportunidade de melhorar os critérios.
Em um comunicado, disse que cerca de 90% da carteira de pedidos da Airbus, ou mais de 7 mil aviões, seriam elegíveis como “melhores da categoria” de acordo com os critérios, embora só recebessem o selo verde se substituíssem um avião existente.
“Colocar um selo de investimento verde em milhares de aviões altamente poluentes é um ato de puro greenwashing”, disse a diretora de aviação da T&E, Jo Dardenne.
O T&E disse que a economia de emissões de 15% a 20% oferecida por aviões mais eficientes é muito pequena e instou Bruxelas a endossar apenas tecnologias com “verdadeiro potencial de redução de emissões”, como aeronaves de emissão zero e combustíveis sustentáveis.
A Airbus disse que seus aviões oferecem economia de emissões de 20% a 25%, e uma mudança para aeronaves mais recentes pode causar uma redução significativa nas emissões –já que cerca de 75% da frota mundial existente é de geração mais antiga.
Um porta-voz da Comissão Europeia disse que a CE estava avaliando os critérios dos conselheiros e não havia tomado uma decisão final.