Ativa vê maior potencial de valorização para Petrobras (PETR4) e Prio (PRIO3) – uma delas pode saltar até 34%
A Ativa Investimentos revisou as projeções para as empresas de petróleo e gás, baseando-se em uma demanda saudável e no preço estável do barril da commodity devido aos riscos de oferta.
Segundo o analista Ilan Arbetman, apesar da frustração com o adiamento no corte de juros norte-americanos, a demanda nos Estados Unidos e China é positiva. Já na oferta, ele destaca que os choques dos conflitos na Europa e no Oriente Médio vêm se sobressaindo sobre a dificuldade da OPEP+ para cortar a produção.
Com base nisso, a Ativa elevou o preço-alvo de Petrobras (PETR4) de R$ 36 para R$ 44 — o que implica um novo potencial de alta de 6% para as ações. Já para Prio (PRIO3), o preço justo foi de R$ 63 para R$ 66 — visando um eventual avanço de 34%.
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Em relação à Petrobras, o analista vê possibilidades de surpresas positivas na produção e riscos mitigados com a decisão de distribuir metade dos dividendos retidos em 2023. “Ainda assim, acreditamos que o preço atual precifica corretamente riscos e virtudes e seguiremos neutros”, diz.
Já para Prio, apesar do overhang causado pelo provável adiamento de Wahoo, Arbetman observa múltiplas avenidas para criação de valor. A recomendação da Ativa é de compra das ações.
“Gostamos de teses relacionadas ao petróleo. Acreditamos que o patamar atual de preços remunera estas positivamente e, no momento, mesmo vendo bastante valor operacional para Petrobras, preferimos uma tese que consegue capturar este momento sem viés político, como Prio”, avalia.
Qual o cenário para o petróleo?
Do lado da demanda, o analista da Ativa avalia que, ainda que o atraso no corte de juros dos EUA seja um fator negativo para os preços de petróleo, a demanda segue forte. “Acreditamos que a demanda global por petróleo seguirá tracionada e sem grandes riscos baixistas ao longo dos próximos meses”, diz.
Já em relação à oferta de petróleo, Arbetman afirma ser “um campo onde as dúvidas permeiam em maior tom que na demanda”.
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“Se de um lado temos a OPEP mais restrita no que concerne a realização de novos movimentos que resultem na diminuição da disponibilidade e, por conseguinte, na garantia de maiores preços, dúvidas quanto aos desdobramentos dos conflitos atuais na Europa e no Oriente Médio, como a menor disponibilidade de derivados russos após incidentes envolvendo drones ucranianos, seguem adicionando um viés positivo às expectativas de preço”, explica.
A Ativa vê a OPEP tendo cada vez mais dificuldade para provocar novos choques de preços na commodity. Isso porque, caso o corte de produção siga tímido até o final do ano, pode ser suprido, ao menos parcialmente, pelas adições de capacidade de países como Brasil, EUA, Guiana e Canadá.
“Acreditamos que futuramente membros da OPEP podem, além de preço, passar a agir considerando a obtenção de uma maior participação de mercado. Ainda que, por enquanto, vemos os riscos oriundos da Europa e do Oriente Médio prevalecendo sobre este sentimento, torna-se válido destacar a dificuldade que o cartel pode ter para retomar protagonismo no tocante às ações de restrição de capacidade”, afirma.