Ativa eleva recomendação para a bolsa brasileira e prevê salto do Ibovespa de 12% até o final de 2025

Para a Ativa Investimentos, agora é a hora de comprar bolsa brasileira. A corretora elevou a recomendação e manteve a projeção de Ibovespa (IBOV) aos 142 mil pontos em dezembro de 2025— o que representa um potencial de valorização de 11,8% sobre o preço de fechamento da última quarta-feira (9).
Na avaliação da corretora, a bolsa brasileira ficou ainda mais barata após as quedas recentes com o “tarifaço” dos Estados Unidos e com a mudança na percepção dos investidores em relação ao cenário político de 2026.
“Tanto pela ótica dos múltiplos quanto pelo valor presente dos fluxos de caixa (DCF), muitas empresas da bolsa negociam em níveis ‘baratos’, principalmente após as quedas recentes com os ruídos vindo dos EUA”, afirma a Ativa em relatório.
Para a corretora, a recente movimentação dos mercado abriu uma boa margem de segurança e de potencial valorização.
“Esta afirmação não chega a ser uma novidade, mas acreditamos em um fluxo de notícias mais benigno, que pode servir de gatilho para uma melhor precificação de ativos de renda variável ao longo do ano”, diz o relatório.
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Ibovespa: cenário doméstico
Os analistas da Ativa Investimentos afirmam que a eleição presidencial de 2026 ainda paira incertezas, já que, na avaliação deles, faltam “herdeiros” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que possam capturar os votos do petista.
“Obviamente que tentar cravar quem poderia vencer em 2026 beira a irresponsabilidade. Entretanto, podemos assumir que as probabilidades mudaram, em especial na percepção dos investidores”, afirma a corretora.
“Acreditamos que os mercados podem antecipar o movimento, com investidores, que estavam praticamente zerados em Brasil, montando posições para se expor em um eventual rali no caso de uma guinada política, como visto na Argentina”, acrescenta o relatório.
Além disso, as taxas de juros também devem seguir elevadas ao longo deste ano, diz. Na projeção da Ativa, o Banco Central deve encerrar o ciclo de aperto monetário com a Selic em 15% ao ano, “com os juros se mantendo por tempo um pouco mais longo do que antes estimado”.
“A manutenção de uma Selic média maior dificulta o apetite de investidores locais pelo risco de bolsa, mas, por outro lado, reduz o risco de uma taxa de juros terminal ainda maior e, à depender de outros fatores, nos aproxima do fim do ciclo de contração atual”, dizem os analistas em relatório.
Em relação ao ‘tarifaço’ do presidente dos EUA, Donald Trump, a Ativa considera que o Brasil “saiu relativamente melhor” do que os outros países, com a tarifa de importação de 10%.
As atenções dos investidores locais, porém, devem se concentrar na China, já que o país é o principal parceiro comercial e os efeitos podem ser mais indiretos do que diretos.
Exterior
No cenário externo, a guerra tarifária entre Estados Unidos chegou a um nível “alarmante e prejudicial”, na visão da Ativa Investimentos.
Na última quarta-feira (9), o presidente norte-americano anunciou uma tarifa total de 125% sobre os produtos chineses, após a China retaliar os EUA e elevar as taxas de importação para 84% para os bens e mercadorias fabricados em solo estadunidense.
“O ponto central que se discute nos EUA diz respeito aos efeitos sobre sua economia e um risco de recessão. Consideramos tal cenário, mas sua ocorrência ainda é uma incógnita, assim como os novos desdobramentos a ocorrer nos mercados”, diz a corretora em relatório.
A Ativa ainda considera que as tarifas também podem “reeditar o rumo da estratégia do Federal Reserve” (Fed). Na última reunião, o Banco Central norte-americano manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, com previsão de mais três cortes até o fim de 2025.
“[O presidente do Fed] Jerome Powell apontou que, por ora, via os efeitos das tarifas como transitórios. Todavia, acreditamos que poderá haver mudanças neste discurso a depender da dimensão que a guerra comercial ganhar.”
A corretora também espera que a disputa tarifária entre as duas maiores economias do mundo possa comprometer o crescimento da China neste ano, estimado em 5%.
Por isso, os analistas esperam que o governo chinês anuncie novos estímulos à economia.
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Em quais ações investir no Ibovespa?
A Ativa Investimentos tem 11 ações ‘top picks’, de três grupos do Ibovespa: commodities, cíclicos domésticos e domésticos não cíclicos.
Para a corretora, os dados recentes do setor de bancos sugerem “cautela”. “O setor tem se comportado de maneira mais irracional, com uma intensificação da competição, onde o volume de concessões aumenta e os spreads caem, enquanto a inadimplência pode apresentar uma possível piora no futuro”, diz o relatório.
Confira as ações preferidas da Ativa no Ibovespa, por setor:
Categoria | Empresa | Código | Preço-Alvo |
---|---|---|---|
Commodities | Suzano | SUZB3 | R$ 68,00 |
SLC Agrícola | SLCE3 | R$ 24,60 | |
Cíclicos Domésticos | Itaú Unibanco | ITUB4 | R$ 39,00 |
BTG Pactual | BPAC11 | R$ 42,00 | |
Localiza | RENT3 | R$ 58,00 | |
MercadoLibre | MELI34 | R$ 142,00 | |
Smart Fit | SMFT3 | R$ 36,00 | |
Assaí | ASAI3 | R$ 15,00 | |
Domésticos Não Cíclicos | Eletrobras | ELET6 | R$ 59,00 |
Sabesp | SBSP3 | R$ 130,00 | |
Vivo | VIVT3 | R$ 63,00 |
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