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Até onde vai a disparada do petróleo? Árabes querem commodity nos US$ 100, diz analista

14 set 2023, 12:32 - atualizado em 14 set 2023, 16:06
petróleo
Arábia se interessa no petróleo na faixa dos US$ 100, diz analista (Imagem: REUTERS/Vasily Fedosenko)

O petróleo surfa uma maré positiva no segundo semestre de 2023. Desde que atingiu a mínima do ano — em 12 de junho, a US$ 71,84 –, a commodity do tipo Brent salta 27,90% até o fechamento de quarta-feira (13).

Na sessão desta quinta (14), às 11h20, a cotação subia mais 1,78%, valendo US$ 93,52.



O mesmo acontece com o petróleo referência nos Estados Unidos, o WTI, que acumula valorização de 32,63% desde a maior baixa do ano — em 17 de março, a US$ 66,74. Hoje, a commodity saltava 1,72% e chegou a romper a barreira dos US$ 90.

Segundo o analista chefe da Empiricus Research, João Piccioni, “tudo indica que o petróleo deve seguir em tendência de alta até o final do ano”. Dados da Opep e do departamento americano de energia evidenciam um déficit na produção.

Depois dos cortes da Arábia Saudita e da Rússia, o consumo de estoques deve continuar pressionando os preços. “Pela ótica da pressão de preços pela oferta, provavelmente, o preço deve continuar na tocada de alta”, ressalta Piccioni.

O analista ainda destaca que há riscos de mais cortes na produção, pois “a Arábia se interessa muito no petróleo na faixa dos US$ 100”. Isso, segundo ele, dá munição para eles aumentarem a expansão de seus projetos, além de diversificarem o portfólio.

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Quais os riscos para a pernada do petróleo?

Segundo o analista chefe da Empiricus, um dos principais risco para a pernada do petróleo seria as economias entrarem em plano de recessão.

Piccioni, no entanto, ressalta que os EUA, por exemplo, está com uma dinâmica relativamente forte na economia, puxada pelos pacotes de estímulo e planos fiscais muito contundentes.

Além disso, mesmo que os países europeu “patinem”, é provável que o petróleo se sustente nos patamares atuais, avalia.

“Não me parece que a economia vai desacelerar o suficiente para inibir o consumo de óleo, a ponto de voltar a ter um enquadramento desse equilíbrio entre oferta e demanda”, diz.

Outro risco, segundo o analista da Quantzed, Vitorio Galindo, é a Opep decidir “abrir a torneira” — ou seja, aumentar a produção. Assim, a demanda pode voltar a cair.