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Até onde o ‘tarifaço’ de Trump levará o bitcoin (BTC)? BTG Pactual aponta que criptomoeda deve ter recuperação melhor que o ouro

11 abr 2025, 14:23 - atualizado em 11 abr 2025, 14:23
Donald Trump e o Bitcoin (BTC). (Imagem: Qwen / Montagem Money Times)
Donald Trump e o Bitcoin (BTC). (Imagem: Qwen / Montagem Money Times)

O preço do bitcoin (BTC) vem sendo pressionado pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra diversos países do mundo. Desde quando o Republicano assumiu a Casa Branca, a maior criptomoeda do planeta perdeu cerca de 12% do valor. 

Mas, para os analistas do BTG Pactual, apesar do bitcoin acompanhar as quedas do mercado em momentos de pânico, a criptomoeda tem demonstrado uma performance relativa superior ao dos pares e com um histórico de recuperação melhor.

Em um relatório publicado nesta sexta-feira (11), os analistas João Galhardo e Matheus Parizotto apontam que o BTC superou o índice que mede o desempenho das Magnificent 7, as empresas de tecnologia mais valiosas do planeta.

“Essa performance relativa superior reflete impactos diretos das tarifas sobre os resultados corporativos, aumentando o risco percebido sobre ações, especialmente de empresas mais dependentes de cadeias de suprimentos globais”, dizem os analistas.

E continuam: “mais do que isso, essa performance relativa superior também reflete a mudança na percepção institucional sobre o bitcoin, cada vez mais visto como um ativo estratégico diante de eventos geopolíticos adversos”. 

Bitcoin (BTC) em tempos de crise

Essa percepção tem um fundo na realidade. Historicamente, o bitcoin apresenta recuperações robustas após períodos de retração, sugerindo uma oportunidade de investimento em momentos de baixa, de acordo com o BTG. 

Em um comparativo de retornos do S&P 500, do ouro e do bitcoin em um período de 10 e 60 dias após eventos de crise no mercado financeiro global, o BTC tende a registrar uma recuperação mais acentuada do que os pares no médio e longo prazo. 

Além disso, levando em conta o que aconteceu no primeiro mandato de Trump, quando ele também iniciou uma guerra comercial contra a China, nota-se um aumento da base monetária global (M2) decorrente de políticas estímulos à economia. 

Em linhas gerais, o M2 é a medida de liquidez da economia. Quando esse indicador aumenta, bolsas e criptomoedas tendem a se valorizar dado o maior “dinheiro disponível” no mercado. 

“Se a atual escalada tarifária reproduzir características semelhantes às da época, é provável que o crescimento do M2 novamente atue como um catalisador para a recuperação dos criptoativos”, destacam os analistas. 

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Não só o BTC, mas também…

Do mesmo modo, as tensões comerciais geradas pela guerra tarifária podem criar um ambiente favorável para que as criptomoedas se tornem uma alternativa para transações mais livres e menos suscetíveis a barreiras comerciais.

“Nesse sentido, a expansão do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) e o crescimento das stablecoins têm se mostrado fundamentais para garantir liquidez e acessibilidade de capital em diversas jurisdições”, destaca o relatório do BTG Pactual. 

O desenvolvimento desse mercado tem conquistado a atenção de instituições de peso, que veem nos protocolos DeFi e em stablecoins uma oportunidade de diversificação e proteção contra incertezas macroeconômicas.

Ao mesmo tempo, alguns protocolos consolidados demonstram a capacidade de manter estruturas robustas de governança e geração de valor, mesmo frente a ciclos mais voláteis e incertezas regulatórias.

Inclusive, recentemente, Trump revogou uma medida que barrava o desenvolvimento de protocolos de DeFi nos EUA, uma sinalização de que esse setor terá mais liberdade para crescer. 

“No entanto, é fundamental que os investidores monitorem de perto a evolução das disputas comerciais, especialmente entre EUA e China, mantenham-se atentos às decisões de política monetária e avaliem suas posições com prudência, cientes de que o mercado de criptoativos, embora promissor, permanece sujeito a oscilações intensas”, concluem os analistas.

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
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