Até onde cai o preço do bitcoin (BTC): Depois de perder os US$ 100 mil, o chão é mesmo o limite? Especialistas respondem
O bitcoin (BTC) rompeu o suporte psicológico de preços de US$ 100 mil na manhã desta sexta-feira (7), jogando o sentimento dos investidores em medo extremo.
Parte do sentimento negativo se deve à ausência de dados sobre a saúde da economia norte-americana.
O país enfrenta um shutdown que se arrasta por quase quarenta dias, limitando a divulgação de números importantes como inflação e emprego — essenciais para balizar a decisão sobre juros por lá.
Além disso, o próprio Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) sinalizou que o próximo corte nos juros, esperado para dezembro deste ano, seja o último deste ciclo, dado que o número mais recente da inflação mostra que os preços seguem altos.
Neste cenário de incertezas, até onde vai o preço do bitcoin?
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Preço do bitcoin (BTC) após perder os US$ 100 mil
De acordo com Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, o movimento de queda começou na última terça-feira (4), com o preço do bitcoin atingindo a mínima de US$ 98.944.
No entanto, durante a queda,houve uma entrada de volume financeiro, absorvendo as perdas. Vale lembrar que, com os preços mais baixos, alguns investidores tendem a comprar mais criptomoedas, enxergando um “desconto” nas cotações, o que explica o movimento — ou, como diz a analista, causando uma “parada técnica” no preço.
Isso sugere uma lateralização de fundo entre os suportes de US$ 98.944 e US$ 104.600. “Contudo, caso ocorra rompimento para baixo, haverá suporte nos US$ 95.000 e US$ 92.000”, comenta Mattos.
Por fim, a analista enxerga que, se houver rompimento da lateralização para cima, as resistências estão nas faixas de preços de US$ 106.700 e US$ 112.500.
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Chacoalhões até os US$ 70 mil?
Já Taiamã Demaman, analista-chefe da Coinext, vê um horizonte além. Isso porque a tendência de curto prazo segue fragilizada, refletindo a perda de força compradora pelo aumento da cautela (e medo) entre investidores.
“O Índice de Medo e Ganância, por exemplo, voltou a níveis vistos pela última vez em abril, quando o BTC caiu abaixo de US$ 75 mil durante a crise tarifária”, comenta Demaman.
Com isso, o rompimento do suporte técnico para baixo fez o analista apontar para novos alvos mais abaixo, entre US$ 97,4 mil e US$ 93,7 mil.
“Uma perda mais acentuada abriria espaço para quedas até US$ 78,7 mil e, finalmente, US$ 70,3 mil, que indicaria o fim do atual ciclo de alta. Do contrário, ainda haverá espaço para altas, mesmo que apenas em 2026”, comenta Demaman.
Por outro lado, o analista entende que uma reversão técnica do BTC poderia ganhar força com “fechamentos semanais consistentes”, acima dos US$ 103 mil. O otimismo poderia crescer ainda mais com o rompimento da resistência em US$ 108 mil.
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O que acompanhar além do preço do bitcoin (BTC)?
Apesar da pressão recente sobre os preços, o momento ainda não indica um esgotamento estrutural do ciclo de alta (bull market). O analista da Coinext explica que existem fatores on-chain que sustentam perspectivas positivas para as cotações.
“Além dos níveis de preço que apontamos acima, é importante observar em que grau as flexibilizações monetárias e regulatórias, esperadas nos EUA, se concretizarão”, comenta.
Por isso, é fundamental acompanhar alguns desdobramentos macroeconômicos, a saber::
- O fim do shutdown e a divulgação dos dados represados;
- As próximas sinalizações do Federal Reserve e discursos dos seus diretores sobre juros;
- Novos movimentos geopolíticos de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (que podem aumentar a imprevisibilidade); e
- O desempenho das empresas de tecnologia no S&P500 (que ajudam a entender os ativos que têm maior correlação com o BTC).