Ataque chinês a Taiwan afetaria comércio global mais do que guerra da Ucrânia, diz Taipé
Qualquer ataque militar chinês a Taiwan teria um impacto maior nos fluxos do comércio global do que a guerra na Ucrânia, afirmou o principal negociador de Taipé à Reuters nesta terça-feira, afirmando que tal ação chinesa poderia acarretar em uma escassez de semicondutores.
A invasão russa à Ucrânia desde em fevereiro alavancou os preços de commodities e provocou impedimentos em exportações de alimentos, levando a temores de fome em países mais pobres.
Segundo John Deng, se a China atacasse Taiwan, as possíveis interrupções poderiam ser piores, citando a dependência do mundo em relação a Taiwan para chips utilizados em veículos elétricos e telefones celulares.
“A interrupção nas cadeias produtivas, interrupção na ordem econômica internacional… seriam muito, muito mais significativas do que essa de hoje”, disse ele à Reuters em uma entrevista nos bastidores do encontro de ministros da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra.
“Haveria uma crise mundial de oferta”, acrescentou.
O governo de Taipé não reportou sinais de um ataque iminente da China, mas Taiwan aumentou seu nível de alerta desde o início da guerra na Ucrânia, cauteloso com as intenções de Pequim.
O governo chinês diz que quer “a reunificação pacífica”, mas reserva “outras opções” para Taiwan, que ainda considera uma província chinesa, algo que o governo democraticamente eleito em Taipé contesta fortemente.
Taiwan domina o mercado global para a produção dos mais avançados chips, e suas exportações totalizaram 118 bilhões de dólares no ano passado, segundo dados do país.
Deng disse que espera diminuir a cifra de 40% de suas exportações que vão para a China.
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