Ata: Manter juros nas alturas é posição unânime entre membros do Fed

Divulgada há instantes, a ata do Federal Reserve referente ao encontro dos dias 20 e 21 de setembro reforçam o tom cauteloso da autoridade com a condução do aperto monetário nos Estados Unidos.

Dirigentes discutiram longamente o estado de resiliência da economia americana e, embora reconheçam sinais de melhor equilíbrio entre demanda e oferta no mercado de trabalho, o desemprego rondando em mínimas históricas e forte ritmo da abertura de novas vagas proporcionam condições para um recuo menos célere da inflação.

Nesse sentido, chama atenção uma mudança na linguagem do Fed sobre o PIB dos Estados Unidos no terceiro trimestre. Para os membros da autarquia, a economia americana já não cresce em um ritmo “moderado”, mas sim “sólido”.

Diante dessas condições, o documento reforça que a maioria dos participantes do comitê de política monetária  julga ser adequado um novo aumento na taxa americana, o que deverá elevá-la para o patamar de 5,50-5,75%. 

Além disso, a ata destaca uma posição unânime entre os membros do Fomc de que as taxas deverão permanecer elevadas “até que o comitê se sinta confiante que a inflação esteja recuando substancialmente em direção à meta [de 2%]”

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Passada ata, mercados miram dado de inflação

Com a ata para trás, investidores já se preparam para o próximo grande dado do calendário: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês de setembro, que será divulgado amanhã, às 9h30 (de Brasília).

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Segundo projeções do Fed de Cleveland, o CPI de setembro crescerá 0,39%, ou 0,36%, se considerado apenas o núcleo (desconsidera itens voláteis como alimentos e energia). No acumulado de 12 meses, essa projeção significaria uma inflação de 3,7% na leitura principal e 4,2% para o núcleo.

Caso se confirme, o dado pavimenta uma tendência de queda do núcleo da inflação e repique da leitura cheia.

Faltando uma hora para o fim do pregão, a ata cautelosa com relação aos juros mantém Nova York em terreno misto. Dow Jones Industrial Average perde 0,04%, enquanto S&P 500 e Nasdaq sobem 0,12% e 0,38%, respectivamente.

As taxas das Treasuries também reagem com sinais trocados. Na ponta longa da curva de juros, há alívio sobre os preços, com o rendimento das T-notes de 10 anos perdendo 0,0681 ponto percentual em relação à véspera.

Na ponta curta, mais sensível às mensagens da política monetária, as T-bills tem rendimentos subindo 0,019 ponto percentual, aos 4,995%.