Mercados

Ata do Fed traz viés ‘duro’; por que isso ocorreu?

03 jan 2024, 18:21 - atualizado em 03 jan 2024, 18:21
taxa de juros permanece a mesma após ata do fed
Taxa de juros do Fed continua a mesma e mercado reage. (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

A divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) nesta quarta-feira (03) causou comoção na economia global.

O rendimento dos Treasuries exibiram queda uniforme, com a taxa do título de 10 anos atingindo 4% pela primeira vez desde o dia seguinte à última reunião do grupo, e o ouro fechou em queda de mais de 1%.

Além desses dois fatores, as bolsas europeias encerraram em queda de 1%. Mercados ao redor do mundo temiam que o tom da ata fosse “hawkish”, representando um comportamento agressivo, o contrário do trazido pelo presidente Jerome Powell durante a coletiva de imprensa após a reunião. Foi exatamente o que ocorreu.

  • OS MELHORES FUNDOS IMOBILIÁRIOS PARA INVESTIR EM JANEIRO: Analista Caio Araujo revela suas recomendações para começar 2024 em busca de bons retornos. Confira no Giro do Mercado: 

Para Lucas Farina, analista econômico da Genial Investimentos, o tom utilizado era esperado.

“A Ata de hoje trouxe, conforme esperávamos, um viés mais ‘hawkish’ justamente para frear o otimismo exacerbado do mercado, que havia contribuído para afrouxar as condições financeiras à revelia da vontade do Fed”.

“Com uma comunicação mais conservadora na Ata de hoje, recomendando maior cautela na condução da política monetária e um período de estabilidade na taxa de juros mais longo do que vinha sendo precificado pelo mercado, o Fed busca recuperar o controle das expectativas do mercado através da comunicação. Caso esse movimento do Fed tenha sucesso, a curva de juros voltaria a abrir, ocasionando perdas nos títulos norte-americanos marcados à mercado”, finaliza Lucas.

A Ata não deu previsão para quando começará o corte das taxas de juros e manteve elas em um intervalo entre 5,25% e 5,5%. Além disso, há a afirmação de que os juros nos Estados Unidos (EUA) estão em seu pico, ou perto dele. Para embasar essa opinião, são analisados o progresso da inflação em direção à meta de 2% e o reequilíbrio do mercado de trabalho.

Para Mônica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart XP, apesar do texto ter admitido que as taxas de juros chegaram no pico do ciclo, os membros do Fomc adotaram uma abordagem futura cuidadosa e dependente de dados da economia.

Ainda, há o sentimento por parte de algumas autoridades de que o banco central poderia enfrentar um “tradeoff” entre os objetivos de controlar a inflação e manter as taxas de emprego altas.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
giovanna.pereira@moneytimes.com.br
Linkedin
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar