Bancos

Ata do Fed mostra divisão sobre empregos e redução de compras de títulos

18 ago 2021, 15:40 - atualizado em 18 ago 2021, 15:40
James Bullard
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, está entre os que argumentam que as compras de títulos deveriam acabar logo para que o banco central possa elevar sua taxa de juros ante o atual nível perto de zero, se necessário (Imagem: REUTERS/Edgar Su)

As autoridades do Federal Reserve sentiram que seu referencial de emprego para reduzir o suporte à economia “pode ser alcançado este ano”, mas ainda não havia sido atendido, de acordo com a ata da reunião de política monetária do mês passado, na qual elas discutiram quando encerrar o estímulo da era da pandemia e como responder à inflação acima do esperado.

“A maioria dos participantes esperava que a economia continue a fazer avanços na direção desses objetivos” e que a meta “poderia ser alcançada este ano”, apontou a ata do encontro de 27 e 28 de julho, divulgada nesta quarta-feira.

Em meio a desentendimentos sobre por quanto tempo o Fed deveria esperar para reduzir suas compras mensais no valor de 120 bilhões de dólares, “vários participantes” disseram que a política monetária ainda é necessária para recuperar os danos da pandemia ao mercado de trabalho, “alguns” disseram que a política do Fed tem pouco mais para contribuir e “vários” afirmaram que as condições do mercado de trabalho antes da pandemia “podem não ser o referencial correto” dadas as mudanças duradouras na economia.

Na conclusão daquela reunião, as autoridades do Fed disseram que ainda tinham fé na recuperação econômica dos EUA, mesmo com a variante Delta do coronavírus gerando um salto no número de casos de Covid-19, e continuaram discutindo planos para o eventual encerramento de suas compras mensais de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas.

Embora a crise sanitária tenha se intensificado nas últimas três semanas, a recuperação econômica permanece nos trilhos.

O crescimento do emprego permaneceu forte até julho e a inflação segue bem acima da meta de 2% do Fed — tanto que algumas autoridades têm pressionado por um fim rápido dos programas de emergência, argumentando que eles já não têm mais utilidade.

A demanda está superando a capacidade das cadeias globais de oferta e do mercado de trabalho de acompanhar o ritmo, elevando a inflação.

O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, está entre os que argumentam que as compras de títulos deveriam acabar logo para que o banco central possa elevar sua taxa de juros ante o atual nível perto de zero, se necessário.

As autoridades do Fed querem o programa de compra de títulos encerrado antes de qualquer aumento nos custos de empréstimos.

Analistas esperam que o Fed anuncie seu plano para uma redução gradual das compras de títulos já na reunião de 21 e 22 de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), mas têm menos certeza sobre a rapidez, na prática, da redução das compras mensais.

O chair do Fed, Jerome Powell, também pode fornecer informações em comentários à conferência anual do Fed em Jackson Hole, Wyoming, já na próxima semana.

O Fed, em sua última reunião, reconheceu que houve progresso na recuperação dos postos de trabalho perdidos durante a pandemia.

Em dezembro, o banco central havia dito que não reduziria as compras até que houvesse “mais avanço substancial” na recuperação do emprego. Naquele ponto, a economia estava com cerca de 10 milhões de vagas abaixo do nível de antes da pandemia.

Jerome Powell
O chair do Fed, Jerome Powell, também pode fornecer informações em comentários à conferência anual do Fed em Jackson Hole, Wyoming, já na próxima semana (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

Os empregadores criaram 4,3 milhões de vagas desde então, incluindo um total de quase 1,9 milhão em junho e julho, ritmo que analistas esperam que continuem por enquanto.

A medida preferida de preços do Fed, o índice PCE excluindo alimentos e energia, subiu a uma taxa anual de 3,5% em junho, ritmo mais forte em quase 30 anos. O dado de julho será divulgado na próxima semana.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar