Política

Ata do Copom vai corrigir o tom do comunicado sobre Selic? Governo espera que sim

27 mar 2023, 15:39 - atualizado em 27 mar 2023, 15:39
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Banco Central: a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano. Trata-se do maior patamar da Selic desde janeiro de 2017, onde está estacionada desde agosto. (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) foi firme em seu comunicado ao dizer que manteria a Selic em um patamar elevado enquanto as projeções inflacionárias de longo prazo continuassem desancoradas.

Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano. Trata-se do maior patamar da Selic desde janeiro de 2017, onde está estacionada desde agosto.

O governo não gostou do tom usado pelo Banco Central. Vale destacar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou guerra contra a autoridade monetária, questionando a sua autonomia e a lealdade de Roberto Campos Neto.

Agora, a ministra do Planejamento Simone Tebet voltou a abordar o tema, afirmando que espera que o Banco Central corrija o tom do comunicado através da ata do Copom, que será divulgada amanhã (28).

“Embora a decisão seja técnica [do Copom], entendo que o comunicado e a ata são documentos políticos. Então temos que tomar cuidado com as palavras. Mandaram um recado, a meu ver, equivocado à equipe econômica e para a política brasileira”, afirma Tebet.

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Segundo ela, a autoridade monetária não considerou os avanços já postos no cenário doméstico. “Todo mundo sabe que estamos prestes e anunciar o arcabouço fiscal com grande chance de ser aprovada. A reforma tributária nunca esteve tão amadurecida para ser votada”, completa. 

A ministra também aproveitou para destacar que uma mudança na meta de inflação “não está na mesa”. Uma eventual mudança nas metas foi estudava antes da primeira reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em fevereiro. 

Houve uma primeira conversa sobre isso, mas não tratamos da meta nas demais reuniões. Temos dúvida se mexer na meta irá obter o resultado que queremos, de diminuir a taxa de juros”, disse.