Acabaram os cortes na Selic? Ata do Copom reforça cautela e política monetária contracionista
O Banco Central divulgou na manhã desta terça-feira (25) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, a autoridade monetária optou por interromper o ciclo de corte na Selic, mantendo os juros no patamar dos 10,50% ao ano.
No documento publicado, o BC reforça que o ambiente externo está mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação em diversos países.
Em relação ao cenário doméstico, os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado. O cenário prospectivo de inflação também se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de médio prazo. Houve surpresas benignas, mas também elevação das expectativas de prazos mais curtos.
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Além disso, o Copom diz monitorar com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.
“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária. Políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, dizem.
“O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, completam.
Em relação à condução da política monetária no Brasil, os diretores avaliam que deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas. “Eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, dizem.