Economia

Ata do Copom não indica corte da Selic no curto prazo, avaliam bancos

26 mar 2019, 20:27 - atualizado em 26 mar 2019, 20:30
(Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Por Investing.com

O Banco Central (BC) divulgou na manhã desta terça-feira a ata da última reunião de política monetária que manteve a Selic inalterada em 6,5% ao ano. A ata segue o comunicado pós-reunião com a avaliação dos diretores do BC de que a atividade econômica está aquém do esperado, que levou à mudança do perfil do balanço de risco de inflação de assimétrico para simétrico, ou seja, os pesos que pressionam para alta e baixa da inflação são equivalentes.

Mas a necessidade de realização das reformas e ajustes econômicos – especialmente na área fiscal – e a possibilidade de frustração de elas não serem aprovadas seguram o BC de cortar a Selic e aumentar estímulos monetários para incentivar a atividade. Esta é avaliação de Itaú Unibanco (ITUB4), Goldman Sachs e BB-Investimentos (BB-BI).

Para o Itaú, o Copom está ciente da recuperação lenta da economia e que vai avaliar se a política monetária está adequadamente expansionista após a reavaliação das projeções econômicas de crescimento para o primeiro e segundo trimestres do ano. Os economistas do banco consideram que o BC pode ajustar o grau de estímulo ainda no primeiro semestre devido à fraqueza da economia, mas que não deve acontecer um corte na Selic sem que se tenha certeza sobre o andamento e aprovação das reformas, especialmente da Previdência.

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Já o Goldman Sachs avalia que a introdução de um tom dovish com a menção do balanço de risco inflacionário de simétrico não é um indicativo suficiente para que se tenha uma perspectiva de corte da Selic pelo Copom. Além disso, o banco diz que a autoridade monetária acerta em repetir que segue uma linha de “cautela e prudência”, além de afirmar que o monitoramento de curto prazo da economia sinaliza também de que o Copom não está pronto para o corte.

Enquanto os economistas do BB-Investimentos (BB-BI) avaliam que a mensagem de cautela e perseverança para a trajetória da inflação ao centro da meta somado o cenário de gradual retomada econômica, a conjuntura internacional desafiadora com possível fim da normalização monetária nas principais economias globais e a agenda de reformas levam à manutenção da Selic nos patamares atuais.

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Ata do Copom

A principal mudança da última reunião em relação às anteriores foi a maior exposição da avaliação do Copom sobre a gradual retomada da economia, considerada aquém do esperado. Os diretores do BC avaliam que choques inesperados em 2018 – greve dos caminhoneiros, conjuntura internacional adversa para países emergentes e incerteza eleitoral – continuam impactando na fraca atividade econômica, a qual não teria se os choques não tivessem ocorridos.

Para a aceleração do crescimento econômico, o Copom avalia que a incerteza deve diminuir por meio da aprovação e implementação de reformas, especialmente às fiscais, sem mencionar a possibilidade de aumento do estímulo monetário com corte na Selic.

Em relação à trajetória da inflação em 2019, o Banco Central avalia um pico inflacionário entre abril e maio. Em seguida, o índice deve recuar para abaixo da meta de inflação. A manutenção desse cenário favorável depende do andamento das reformas e dos ajustes na economia.